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sábado, 8 de dezembro de 2012

A semana de Marte: novos planos e novos problemas


A NASA já anunciou a sua intenção de enviar a Marte mais um jipe-robô em 2020. O Conselho Nacional de Investigação dos EUA publicou um relatório em que expressa suas dúvidas sobre a capacidade da agência em corresponder às suas expectativas.

Além disso, o relatório afirma que muitos objetivos a longo prazo anunciados pela NASA, especialmente os voos tripulados, ainda não obtiveram apoio por parte da sociedade. O relatório indica aos cientistas a necessidade de elaborar um programa coerente de exploração espacial. Possivelmente com recurso à cooperação internacional.
Sob o signo de Marte
Na segunda-feira, nos EUA serão apresentados aos jornalistas os últimos resultados das pesquisas efetuadas pelo robô Curiosity. Foram desmentidos os rumores de que na superfície do planeta vermelho se tenha conseguido descobrir matéria orgânica que provasse a existência de vida. Foram realmente descobertos compostos orgânicos, mas é muito provável que se trate de poluição feita pelo próprio robô.
Na terça, em Moscou se realizou uma conferência de imprensa paralela. Foram discutidos os resultados do espectrômetro de neutrões russo DAN que está a bordo do jipe-robô. O DAN investigou a distribuição de hidrogênio na camada superior do solo de Marte. O hidrogênio indica, com uma alta probabilidade, a existência de gelo de água. Na área do percurso do Curiosity, a fração de massa do gelo de água no solo foi superior a 4% em algumas seções. Outra particularidade: a camada superior do solo, com a profundidade de cerca de um metro, se apresenta como uma formação de duas camadas: por baixo de 20-30 centímetros de solo “seco” se encontra uma camada que contém gelo de água.
Logo depois dos relatórios dos êxitos do Curiosity, a NASA anunciou que tenciona enviar o próximo jipe-robô para o planeta vermelho já em 2020. O projeto, segundo afirma a agência, faz parte de um programa, ainda não detalhado, do estudo de Marte programado para vários anos. A NASA tenciona, dessa forma, consolidar a sua posição de liderança nas investigações marcianas e dar o próximo passo para um voo tripulado.
Recentemente, e da mesma forma na sequência de mais um anúncio de resultados do trabalho do Curiosity, a NASA tinha aprovado a concepção e o lançamento da sonda fixa InSight para o estudo da composição interna do planeta. O prazo planejado para o lançamento era 2016. Depois de vários meses já se fala de um novo jipe-robô.
Segundo afirma a NASA, o novo projeto faz parte do orçamento quinquenal da agência. É uma declaração importante, visto que os grandes projetos têm tendência a crescer. É verdade que, relativamente ao novo jipe-robô marciano, se planeja reduzir os custos graças à repetição de muitos elementos usados no Curiosity. Um exemplo é a tecnologia de pouso suave graças a "grua aérea".
Também existe um plano de abordagem diferente do voo pilotado a Marte. Os representantes da NASA e da Roskosmos partilharam os planos do voo anual à EEI que deverá imitar um voo a Marte. E apesar de não se conseguir reproduzir na EEI o perigo principal da viagem, a radiação, os seus participantes Mikhail Kornienko (Rússia) e Scott Kelly (EUA) irão sofrer as consequências do fator principal desse voo – a imponderabilidade.
Contudo, terá a NASA, ou qualquer outra agência, força e meios para trilhar o caminho escolhido da mesma forma metódica e consequente, como foram os projetos Luna da URSS e Apollo dos EUA? Ou então a euforia dos últimos meses será apenas uma onda, levantada pelo êxito do Curiosity, que irá diminuir depois de passado o interesse inicial da opinião pública, alimentado pela sua ânsia por novidades.
Mas os problemas são comuns…
Os autores do recente relatório do Conselho Nacional de Investigação dos EUA não questionam a viabilidade dos estudos de Marte, mas alegam que a sociedade ainda não chegou a uma opinião unânime sobre as prioridades das futuras investigações e quais os objetivos a serem atingidos em primeiro lugar. É criticado, nomeadamente, o atual programa de voos tripulados da agência. Anteriormente, a NASA tinha declarado a sua intenção de enviar uma expedição tripulada a um asteroide até 2025, mas esse plano não é considerado como final nem pela NASA, nem pela comunidade internacional. A situação ainda é agravada pela falta de clareza no financiamento do programa espacial: os cortes orçamentais dos últimos anos atingiram fortemente o programa planetário em especial, pelo que a NASA foi obrigada a abandonar o projeto europeu ExoMars.
Os autores temem que o volume de projetos anunciados e a necessidade de manutenção do quadro de pessoal e equipamentos existentes sejam incompatíveis com o orçamento e, por isso, propõem à agência a otimização da sua infraestrutura, uma cooperação mais ativa com outras agências governamentais, empresas privadas e parceiros estrangeiros, reduzindo o número de programas em execução pela NASA. Os autores recomendam igualmente ao governo dos EUA que aumente o orçamento da agência. Por fim, eles consideram que a exploração espacial no futuro será, provavelmente, internacional e que a NASA deve elaborar o seu programa de forma a torna-lo atraente para as outras agências espaciais.
Há algo em comum entre as dificuldades que enfrentam os EUA e a Rússia na ciência espacial. Tal como os EUA, a Rússia não tiveram durante muito tempo, e continuam a não ter completamente definida, uma estratégia única para a exploração espacial. Algo desse tipo se começou a formar relativamente à investigação planetária automática depois da catástrofe da sonda Phobos-Grunt, que demonstrou a plena necessidade de aperfeiçoamento dos diversos componentes das expedições interplanetárias. Isso resultou na revisão do programa lunar, que agora alia aos objetivos de investigação os objetivos tecnológicos. É precisamente nas expedições lunares que se planeja aperfeiçoar as tecnologias que serão necessárias para o projetoExoMars, para o qual a Rússia entrou depois da saída dos EUA.
Mas esses planos esbarraram com um novo problema: devido aos atrasos na assinatura de novos contratos da Roskosmos com os subempreiteiros, os trabalhos das missões lunares se encontram em risco de falhar. O primeiro lançamento, no entanto, deve ser feito já em 2015. Essa circunstância ameaça igualmente o projeto ExoMars, cujo primeiro aparelho deverá ser lançado em 2016.
Não se trata das missões em particular, mas de todo um programa, que irá determinar o futuro da ciência planetária para os próximos dez anos, talvez mais. Se não se resolver isso a tempo, poderá já não se apresentar uma segunda oportunidade
VOZ DA RUSSIA SEGURANÇA NACIONAL BLOG

Documentos obtidos por ISTOÉ revelam preferência da Aeronáutica pelo caça americano F-18. A tendência


CÉU DE BRIGADEIRO
O caça F-18 Super Hornet, além de ter um desempenho melhor, segundo
a FAB, custa quase a metade do valor orçado pela Dassault
Um relatório de análise da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac) da Força Aérea Brasileira (FAB), obtido com exclusividade por ISTOÉ, deve provocar uma reviravolta na concorrência para a compra dos caças, que se arrasta desde o governo FHC. O documento mostra que, contrariando as especulações em torno do programa F-X2, a FAB optou pelo caça americano F-18 Super Hornet, produzido pela Boeing. Entre os concorrentes estão o modelo francês Rafale e o sueco Gripen NG. O relatório estava pronto havia dois anos, mas tinha sido engavetado pelo então ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na ocasião, o ministro levou ao Palácio do Planalto a preferência pelo Rafale, uma opção política que não considerou as análises técnicas contidas no documento produzido pela Aeronáutica. O ex-presidente Lula chegou a tornar pública uma preferência pelos franceses e com frequência emitia sinais de exagerada proximidade com o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy. Diante da predileção da FAB pelo avião americano, resta saber agora qual será a decisão final da presidenta Dilma Rousseff. A tendência é acompanhar o relatório técnico. Dilma revelou a assessores que está disposta a bater o martelo sobre os caças antes do vencimento das propostas comerciais no próximo dia 31. O que lhe interessa, tem dito a presidenta, é saber qual negócio oferecerá mais vantagens ao desenvolvimento do País. E a FAB garante que a compra do modelo americano é a mais vantajosa.
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PRÓ-RAFALE
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim havia engavetado o relatório da FAB
Questões como preço, custo de manutenção, prazo de entrega e desempenho operacional são exploradas a fundo pelo relatório. O documento da FAB mostra, por exemplo, que o F-18 tem um custo de US$ 5,4 bilhões para o pacote de 36 aeronaves. É quase a metade dos US$ 8,2 bilhões orçados no Rafale. O Gripen NG, oferecido a US$ 4,3 bilhões, é o mais barato dos três, mas trata-se de um avião em desenvolvimento nunca testado em combate na versão oferecida, pondera a FAB. O caça francês, além de mais caro que os demais, possui valor de hora-voo de US$ 20 mil. O dobro do jato americano (US$ 10 mil) e três vezes o do sueco (US$ 7 mil). Para justificar a preferência pelos caças americanos, o relatório traz outro dado nunca mencionado nas discussões anteriores sobre o FX-2: o armamento empregado no Super Hornet é mais econômico e possui maior diversidade que o de seus concorrentes. No documento, a FAB alerta também para a necessidade de uma solução imediata sobre o programa de caças, em razão do risco de vulnerabilidade a que o Brasil estará exposto em breve. “A importância estratégica do F-X2 torna-se evidente diante de um quadro de obsolescência”, alerta a FAB.CÉU DE BRIGADEIRO

Questões como preço, custo de manutenção, prazo de entrega e desempenho operacional são exploradas a fundo pelo relatório. O documento da FAB mostra, por exemplo, que o F-18 tem um custo de US$ 5,4 bilhões para o pacote de 36 aeronaves. É quase a metade dos US$ 8,2 bilhões orçados no Rafale. O Gripen NG, oferecido a US$ 4,3 bilhões, é o mais barato dos três, mas trata-se de um avião em desenvolvimento nunca testado em combate na versão oferecida, pondera a FAB. O caça francês, além de mais caro que os demais, possui valor de hora-voo de US$ 20 mil. O dobro do jato americano (US$ 10 mil) e três vezes o do sueco (US$ 7 mil). Para justificar a preferência pelos caças americanos, o relatório traz outro dado nunca mencionado nas discussões anteriores sobre o FX-2: o armamento empregado no Super Hornet é mais econômico e possui maior diversidade que o de seus concorrentes. No documento, a FAB alerta também para a necessidade de uma solução imediata sobre o programa de caças, em razão do risco de vulnerabilidade a que o Brasil estará exposto em breve. “A importância estratégica do F-X2 torna-se evidente diante de um quadro de obsolescência”, alerta a FAB.Outro documento também obtido pela reportagem da ISTOÉ poderá pesar na decisão da presidenta. Trata-se de uma minuta de cooperação estratégica firmada em sigilo entre a Embraer e a Boeing, pela qual a companhia americana – maior fabricante mundial de aeronaves – se compromete a entregar o maior programa de off-set (contrapartida) já oferecido pelos EUA a qualquer país fora da Otan. O acordo estabelece, por exemplo, apoio à comercialização dos Super Tucanos A-29 e do avião de transporte KC-390 em mercados inacessíveis ao Brasil. Também está prevista a construção conjunta de um avião de treinamento para pilotos, que poderá ser vendido a países da América Latina, a integração de armamentos nos Super Tucanos e o desenvolvimento de um jato multiemprego de quinta geração para ser comercializado em nível mundial. Num gesto inédito, a Boeing se compromete ainda a abrir um centro tecnológico no Brasil. Oficialmente, a Embraer diz desconhecer o documento, mas garante que está capacitada para trabalhar em parceria com quaisquer dos fornecedores. Num encontro recente com o comandante da FAB, Juniti Saito, a presidenta Dilma foi enfática. “Precisamos ajudar a Embraer”, disse. Não ficou claro se ela já havia decidido pelo F-18, mas assessores garantem que a análise técnica nunca pesou tanto. 
Fotos: MC3 Jason Johnston; MARCOS DE PAULA/AE
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