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terça-feira, 1 de maio de 2012

Planalto recomeça processo de compra de avião presidencial


Três empresas podem fazer ofertas para o Aerodilma, maior e mais caro que o Aerolula

Igor Gielow

O governo federal reabriu a compra de um novo avião presidencial, processo que estava parado desde que Dilma Rousseff tomou posse, no ano passado. O futuro avião, apelidado informalmente de Aerodilma, será maior e terá maior autonomia do que o atual Aerolula, e poderá custar quase seis vezes mais.
No mês passado, a FAB emitiu dois pedidos de informação, a primeira etapa da compra: um para a aquisição de um avião de transporte VIP e outro para uma aeronave de reabastecimento aéreo. Três empresas poderão fazer ofertas: a Airbus europeia, a Boeing norte-americana e a IAI israelense, que não fabrica aviões, mas adapta modelos usados. Segundo a Folha apurou, não há decisão final sobre a compra no Planalto.
O custo é o problema: tanto o avião-tanque quanto o VIP novos podem sair por quase US$ 300 milhões (R$ 570 milhões) cada; modelos usados, um terço do preço.
Enquanto a decisão política não sai, a FAB adianta o processo, como publicou ontem o jornal "Valor Econômico". Além disso, a Força espera para este semestre a definição da compra dos seus novos caças, um negócio que pode chegar a R$ 10 bilhões.
A troca do avião presidencial é tema sensível. No fim de 2010, a Folha revelou que a FAB havia feito um pedido de informações para um avião-tanque que também tivesse uma área VIP. Assim, o governo tentava dissimular a compra do substituto do Airbus-A319 presidencial, conhecido como Aerolula por ter sido comprado pelo então presidente Lula.
O favorito para aquele negócio era o modelo Airbus-A330MRTT, que deverá ser oferecido novamente agora para a função de reabastecimento. À época, Lula disse que o Brasil era "humilhado" pela necessidade de escalas do Aerolula no exterior. Não deixou de ser uma ironia, dado que o governo gastara US$ 56 milhões (R$ 106 milhões ontem) com o Airbus alegando que aviões mais baratos da Embraer não teriam capacidade intercontinental.
Com 8.500 km de autonomia, o A319 não voa com conforto de Brasília à Europa, necessitando de uma escala. Para a Ásia, são duas paradas.
Versões de transporte VIP dos jatos Boeing-777 e Airbus-A340, que têm custo similar ao A330MRTT, mas não são aviões-tanque, podem chegar a 17 mil km sem escalas, ligando quase todos os aeroportos do mundo diretamente.
A demanda mais urgente é a do reabastecedor de longo alcance. Hoje só há dois, antigos Boeings-707, praticamente sem condições de voo.
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