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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Saiba mais sobre o Estreito de Ormuz


O Estreito de Ormuz, localizado entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico, é uma importante via para o petróleo transportado no mundo. Calcula-se que cerca de 17 milhões de barris de petróleo, um total de 2,7 bilhões de litros, passam por dia pelo estreito - ou seja, 20% de todo o petróleo mundial.Recentemente, o Irã - que junto a Omã detém o controle da passagem - ameaçou fechar o Estreito de Ormuz em retaliação às sanções nucleares ocidentais, disparando o preço do petróleo no mercado. No mesmo momento, os EUA reagiram, afirmando que qualquer interrupção na passagem 'não seria tolerada'.
Com extensão estimada em 202,1 km, o Estreito de Ormuz é importante principalmente para os mercados asiáticos, uma vez que 85% do petróleo exportado por essa via vai para a Chna, Japão e Coreia do Sul.
Especialistas avaliam que é improvável que o Irã tenha capacidade de realizar um bloqueio físico no Estreito, porque seus pequenos navios não conseguiriam permanecer em formação linear por muitos dias em águas abertas. Entretanto, o país persa pode, se quiser, impedir a entrada de embarcações no estreito por meio de ataques a navios petroleiros e de guerras ocidentais com mísseis, minas e ataques suicidas.

Porta-aviões dos EUA atravessa Estreito de Ormuz em meio a tensões com Irã


O porta-aviões norte-americano Abraham Lincoln navegou nesta terça-feira pelo Estreito de Ormuz, perto da costa iraniana, pela segunda vez nas últimas semanas.
A passagem do porta-aviões - acompanhada de perto por barcos de patrulha iranianos, que chegaram a passar a 3,2 km do USS Abraham Lincoln - pôs fim a uma missão no Golfo que mostrou o poder naval do ocidente em meio às tensões com Teerã, que ameaçou bloquear a vital via por onde passa 20% do petróleo utilizado no mundo.

Foto: AP
Helicóptero americano que acompanha o porta-aviões USS Abraham Lincoln paira sobre navio de patrulha iraniano durante travessia no Estreito de Ormuz
Oficiais a bordo do USS Abraham Lincoln disseram que não houve incidentes com as forças iranianas e descreveram a fiscalização por Teerã como "medidas de rotina" próximo ao estratégico estreito, cujo controle cabe ao Irã e a Omã.
Embora navios de guerra americanos tenham passado no estreito por décadas, essa viagem ocorre durante um aumento das tensões entre o Irã e o ocidente, por conta do controverso programa nuclear do país persa. A última vez que um porta-aviões deixou o Golfo - o USS John C. Stennisem dezembro - o chefe do Exércio iraniano alertou que os EUA não deveriam voltar nunca mais.
O Lincoln é o principal componente da flotilha que entrou no Golfo no mês passado, junto a navios de guerra do Reino Unido e da França em uma mostra da unidade do ocidente contra as ameaças iranianas. Não houve nenhum comentário imediato por parte do Irã sobre a partida do Lincoln.
A Guarda Revolucionária Iraniana disse que planejava exercícios navais perto do Estreito, por onde passam cerca de 14 navios-tanque de petróleo por dia. Mas os militares iranianos não fizeram qualquer tentativa em interromper o tráfico de navios-tanque - ação essa que, segundo os EUA e seus aliados, teria uma rápida resposta.

Mais tarde, apenas depois que o Lincoln circundou uma parte do território de Omã ao final do estreito, um avião de patrulha iraniana ganhou altura. Outro barco de patrulha aguardava mais ao final da costa, disse Troy Shoemaker, comandante das forças do Abraham Lincoln.Dois navios de guerra americanos, um a frente e outro na parte traseira, escoltaram o Abraham Lincoln em sua jornada pelo estreito até o Mar Arábico depois de quase três semanas no Golfo, frequentemente visitado por navios de guerra americanos.
Além dos barcos de patrulha regulares do Irã, a Guarda Revolucionária opera um grande número de barcos pequenos de ataque rápido. Alguns estão armados apenas com uma metralhadora, enquanto outros carregam mísseis. Eles são difíceis de detectar porque se assemelham a outros barcos que dobram o estreito.
Shoemaker disse que nenhum desses barcos rápidos apareceram nesta terça-feira, provavelmente por conta do movimento revoltoso do mar. Ele acrescentou que já previa que os iranianos manteriam um olhar atento quanto aos movimentos do Lincoln em toda sua passagem, inclusive com radares em terra. A ação das patrulhas iranianas não foi nenhuma surpresa.
"Nós faríamos as mesmas coisas se fosse na costa dos EUA... É mais que razoável. Nós estamos operando no quintal deles", disse. "Nós temos feito isso por anos."
Vários helicópteros americanos acompanharam o porta-aviões durante o tráfego, cuidando das embarcações potencialmente hostis e transmitindo em tempo real imagens do caminho para a tripulação do Lincoln.
Os EUA e seus aliados temem que o programa iraniano de enriquecimento de urânio tenha como intuito a produção de armas nucleares. O Irã insiste que o enriquecimento de urânio tem somente fins civis.
"Eu não caracterizaria... nós indo pelo estreito como: 'Hey, essa é uma grande demonstração de força. Estamos chegando.' Esse é um estreito internacional feito para o trânsito. Partimos de um local para o outro", disse o capitão John Alexander, o comandante do Lincoln, enquanto se preparava para a viagem na noite de segunda-feira.
É esperado que o Lincoln dê suporte aéreo à missão da Otan no Afeganistão nesta terça-feira. Fontes da Marinha no Golfo disse que outro porta-aviões deve voltar ao Estreito em breve, mas não entrou em detalhes.
Com AP

FORÇA TATICA


Irmão de Eloá diz que Lindemberg é "um monstro", mas sua família o tratava "como um filho"


Débora Melo
Do UOL, em Santo André (SP)

Começou por volta das 9h30 desta terça-feira (14) o segundo dia do julgamento do caso Eloá Pimentel no fórum de Santo André (Grande SP). O réu Lindemberg Alves, 25, acusado de matar a jovem Eloá Pimentel, chegou ao local por volta das 8h30.

Advogados trocam farpas nos bastidores do julgamento do caso Eloá

O primeiro depoimento foi de Ronickson Pimentel, 24, irmão mais velho de Eloá, que começou às 9h30 e terminou por volta de 10h25. Ele afirmou que o réu é "um monstro", embora sua família o tratasse como "um filho".
“Ele (Lindemberg) é um monstro, é capaz de tudo”, afirmou Ronickson, que era fuzileiro naval e hoje é policial militar. A testemunha afirmou que o comportamento de Lindemberg na frente da família de Eloá era completamente diferente da sua postura na rua.



Foto 71 de 78 - 14.fev.2012 - Sala do júri de Lindemberg Alves, acusado de assassinar a ex-namorada Eloá Pimentel em 2008, no Fórum de Santo André, no segundo dia do jugalmentoMais Leandro Moraes/UOL
Segundo Ronickson, Lindemberg era briguento, especialmente quando jogava futebol e era envolvido com ladrões de carro. Os dois não eram amigos, mas se toleravam, afirmou o irmão de Eloá. De acordo com o depoente, Lindemberg tinha aprovação da família. "Ele era tratado como um filho pelos meus pais", afirmou o irmão de Elóa, que encarou o réu durante o depoimento.

Choro

Ronickson se emocionou duas vezes durante o seu depoimento, ao falar da doação dos órgãos da irmã e depois ao citar o impacto que da morte de Eloá para o irmão mais novo, Everton Douglas.
“Meu irmão se fechou bastante. Acho que ele se sente um pouco culpado porque foi ele que apresentou Lindemberg para minha irmã. Eles eram amigos.”

VEJA COMO FOI O PRIMEIRO DIA DO JULGAMENTO

Ronickson disse que não aprovava o namoro da irmã, mas aceitava porque Eloá gostava muito de Lindemberg. Segundo ele, Eloá vivia chorando por conta dos problemas no relacionamento com o ex-namorado.  Na opinião de Ronickson, Lindemberg não podia dar um futuro bom para Eloá. “Dizia a ela ‘você não merece uma pessoa dessa, que te faz sofrer. Você é muito nova, tem muita coisa para conhecer’”.
A testemunha afirmou também que após o término do relacionamento com Elóa Lindemberg pediu, por telefone, que ele tentasse convencê-la a reatar o namoro, mas ele não chegou a ter a conversa com ela. No dia da invasão do apartamento, Lindemberg e Ronickson conversaram por telefone e o réu cobrou o irmão de Eloá para não ter lhe ajudado a reatar o namoro, segundo a testemunha.

Próximos depoimentos

Depois de Ronickson deverão depor as dez testemunhas convocadas pela defesa. A previsão é que o julgamento dure até quarta ou quinta-feira.
Após os depoimentos das testemunhas, o réu será interrogado –Lindemberg, que até agora se recusou a falar, poderá permanecer calado, mas sua advogada, Ana Lucia Assad, já adiantou que ele vai falar sobre o caso e "expor sua versão". Depois dessa etapa, os debates são abertos, com uma hora e meia para a acusação e uma hora e meia para a defesa, além da réplica e da tréplica.
O primeiro dia de julgamento durou pouco mais de nove horas e foi encerrado às 20h de segunda-feira (13). As quatro testemunhas que prestaram depoimento confirmaram que Lindemberg fazia ameaças de morte durante o cárcere privado. O testemunho mais esperado do dia era o da amiga de Eloá, Nayara Rodrigues, que foi feita refém junto com a jovem. Nayara pediu que Lindemberg fosse retirado da sala enquanto ela falasse.
A jovem, que foi ferida por um tiro no rosto quando a polícia invadiu o local, disse que o réu agrediu Eloá durante o período de cativeiro e que a vítima dizia o tempo todo que “sabia que ia morrer”. Nayara afirmou que ouviu três disparos antes da entrada da polícia no apartamento –o que comprova a tese da acusação, de que os tiros partiram do réu e não da polícia.
A amiga de Eloá também falou sobre o comportamento do ex-namorado da vítima. “Lindemberg passou a perseguir a Eloá depois que eles terminaram o namoro”, completou. Segundo a jovem, ele a considerava uma má influência para a vítima. "Ele tinha raiva de mim e da minha mãe porque a Eloá andava dormindo lá em casa e a gente saia bastante. Ele dizia que eu a influenciava diretamente."
Já sobre o comportamento do réu durante o cárcere, ela afirmou que Lindemberg dava risada e se vangloriava pela repercussão do caso na mídia. "Na televisão só passava isso [relatos do caso]", disse Nayara.
A advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, questionou o teor do depoimento. “A Nayara mentiu e inventou (...). Por ela ser vítima, o depoimento dela é um depoimento suspeito”, disse. “Ela foi bem orientada por seu advogado, até simulou um choro, uma emoção, para dramatizar.”
Outros dois amigos de Eloá, que também foram mantidos reféns, afirmaram que Lindemberg os ameaçava de morte. "Ele dizia que ia fazer uma besteira", disse Victor Lopes de Campos respondendo às perguntas da promotora Daniela Hashimoto. Já Iago Oliveira afirmou que "ele ameaçava a Eloá a toda hora, e dizia que ela não ia sair viva de lá: ou ele ia matar todo mundo e se matar, ou matar a Eloá e se matar".
O sargento Atos Antonio Valeriano, policial militar que iniciou o trabalho de negociação com Lindemberg, disse que o jovem estava nervoso e dizia que “ia matar os quatro” e depois ameaçava também se matar.

O julgamento

O julgamento começou com o sorteio dos jurados –de um grupo de 25 pessoas, sete foram sorteadas para compor o júri: seis homens e uma mulher.
Na sequência, foram exibidas reportagens de diversas emissoras de televisão, incluindo uma entrevista com o réu durante o período do cárcere e trechos das negociações com a polícia. A linha da defesa é que a imprensa e a ação da polícia também contribuíram para a tragédia.
Já a promotora Daniela Hashimoto irá sustentar que Lindemberg é um jovem agressivo e possessivo, e que premeditou o assassinato de Eloá. Para a promotora, Lindemberg só não cometeu o crime assim que chegou à casa porque queria explicações dela sobre o motivo do fim do relacionamento.
Durante o período inicial do julgamento, Lindemberg manteve o olhar sempre fixo para frente –onde ficam os jurados, que assistiam aos vídeos– e as mãos juntas entre as pernas, sem esboçar nenhuma reação. Lindemberg chegou ao fórum por volta das 8h15. “Ele está calmo, mas ao mesmo tempo nervoso”, disse a advogada do réu, Ana Lúcia Assad. “Espero que os jurados venham desarmados, prontos para receber a versão do menino. Ele é um bom rapaz.”
Antes de ouvir as testemunhas, a juíza Milena Dias aceitou dois pedidos da defesa: autorizou que as algemas do réu fossem retiradas e permitiu a inclusão da mãe e do irmão mais novo da jovem como testemunhas. A promotora se manifestou contrária aos pedidos e a advogada do réu chegou a ameaçar deixar o plenário caso a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, não fosse relacionada como testemunha.
Com as alterações, Ana Cristina será ouvida no lugar do perito Nelson Gonçalves. O irmão mais novo da vítima, Everton Douglas, que também era amigo de Lindemberg, será ouvido no lugar da jornalista Ana Paula Neves. Os jornalistas Sonia Abrão, Roberto Cabrini e Gotino, e o perito Ricardo Molina –todos chamados a depor– foram dispensados.
Ao todo, serão ouvidas 15 testemunhas durante os dias de julgamento. As convocadas pelo Ministério Público são Nayara Rodrigues, Vitor Lopes de Campos, Iago Vilela de Oliveira, o sargento Atos Valeriano e Ronickson Pimentel.
As testemunhas da defesa são: a mãe e o irmão mais novo de Eloá, Marcos Antonio Cabello (advogado que participou das negociações), Rodrigo Hidalgo, Márcio Campos, Dairse Aparecida Pereira Lopes, Hélio Rodrigues Ramacciotti, Sergio Luditza, Adriano Giovanini e Paulo Sergio Squiavo.
O réu é acusado de cometer 12 crimes, entre eles homicídio duplamente qualificado por motivo torpe, tentativa de homicídio (contra Nayara Rodrigues e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado e disparos de arma de fogo. Se for condenado por todos os crimes, a pena pode ser superior a cem anos de prisão –Lindemberg está preso desde 2008.

Entenda o caso

Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o apartamento de sua ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, 15, no segundo andar de um conjunto habitacional na periferia de Santo André, na Grande São Paulo, no dia 13 de outubro de 2008. Armado, ele fez reféns a ex-namorada e outros três amigos dela, que estavam reunidos para fazer um trabalho da escola.
Em mais de cem horas de tensão, Lindemberg chegou a libertar todos os amigos, mas Nayara Rodrigues acabou voltando ao cativeiro, no ponto mais polêmico da tragédia --a polícia, que trabalhava nas negociações, foi bastante criticada por ter permitido o retorno.
Em depoimento, Nayara afirmou que, após ter sido liberada, foi procurada por policiais que queriam que ela tentasse convencer Lindemberg a libertar Eloá pelo telefone. Então ela os acompanhou até o local do sequestro e foi orientada pelo rapaz ao celular a subir as escadas. Nayara disse que Lindemberg prometeu que os três desceriam juntos, mas, quando chegou à porta, viu que ele estava com a arma apontada para a cabeça de Eloá. Então, ele puxou Nayara para dentro do apartamento e não a libertou mais.
Mais tarde, policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) invadiram o apartamento, afirmando que ouviram um estampido do local. Em seguida, foram ouvidos tiros. Dois deles atingiram Eloá, um na cabeça e outro na virilha, e outro atingiu o nariz de Nayara. Eloá morreu horas depois. Lindemberg foi preso.

Resumo do julgamento e mais vídeos sobre o caso Eloá - 9 vídeos


1º Dia - testemunhas relatam ameaças feitas por Lindemberg
No primeiro dia de julgamento, quatro testemunhas prestaram depoimentos
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IRMÃO DE ELOÁ E DA FORÇA TATICA DE SP EX FUZILEIRO DA MARINHA