SEGURANÇA NACIONAL SNB BRASIL

sábado, 12 de novembro de 2011

Combate Aereo Malvinas - Falklands Air Combat

1982 Falklands War qualidade, cheio de altura.

(2007) documentário Fabuloso legendados em castelhano. Este documentário mostra o quão difícil a campanha das Malvinas foi o mais perto que o resultado final saiu. Completo com imagens originais e narração divertida.

Espanhola Navantia fecha acordo com fornecedores brasileiros


A proposta do estaleiro espanhol Navantia para a construção de onze navios de superfície, entregue à Marinha brasileira em abril, excedeu os € 3,1 bilhões estipulados pelo governo brasileiro, confirmou o diretor comercial da empresa, Jorge López Novo. Em entrevista ao Valor, ele não revelou o excedente, mas adiantou que 60% do conteúdo a ser utilizado na fabricação das embarcações serão brasileiros.
As companhias brasileiras fornecerão principalmente geradores elétricos e compressores, caso os espanhóis saiam vitoriosos da licitação, à qual concorrem também empresas de Alemanha, Coreia do Sul, França, Itália e Inglaterra.
Com uma proposta que talvez não seja a mais competitiva financeiramente, a Navantia tem como diferencial o fato de seus navios estarem mais enquadrados às exigências da Marinha do que os da concorrência, avaliou Novo.
Além disso, Novo acrescentou que o processo de transferência de tecnologia da Navantia à Marinha e às empresas brasileiras participantes da produção das embarcações, exigência do governo brasileiro a qualquer participante do certame, conta a favor, já que a companhia trabalhou com repasses tecnológicos à Índia. A Navantia atendeu também a países como Noruega, Venezuela, Austrália, Tailândia, Chile e Malásia.
De acordo com Novo, não há riscos no processo de transferência de tecnologia, pois os governos brasileiro e espanhol têm acordos nesse sentido para facilitar acertos, e à medida que surjam atualizações nas tecnologias durante o processo de produção dos navios, as modificações serão feitas e repassadas à Marinha e às companhias brasileiras.
Dos onze navios – cinco fragatas escolta, cinco patrulhas oceânicas e uma embarcação de apoio logístico -, a empresa espanhola pretende construir dez em estaleiros brasileiros e um, o primeiro da série, na Espanha, em razão do início do processo de transferência de tecnologia. Segundo a Navantia, a construção dos navios no Brasil gerariam 20 milhões de horas de trabalho, ocupando de 5 mil a 10 mil trabalhadores. A empresa ainda não precisou quantas dessas vagas seriam preenchidas por novos funcionários.
As conversas com estaleiros e possíveis fornecedores de peças e equipamentos brasileiros foram iniciadas. Estão fechados acordos de colaboração de estaleiros com a Odebrecht e com o Synergy Group, disse Novo. Houve negociações também com a Camargo Corrêa, mas elas não evoluíram.
Apesar dos acordos firmados, a Navantia ainda não decidiu onde serão construídos os onze navios. Caso saia vencedora da licitação, a empresa acredita que haverá produção no Rio de Janeiro, onde a Odebrecht tem estaleiros e o Estado serve de base da Marinha. “Isso não quer dizer que haverá construções de navios apenas no Rio.”
A expectativa da Navantia é que a Marinha anuncie o vencedor da licitação no início de 2012. Assim, a empresa começaria a produção do primeiro navio, na Espanha, em 2014 e entregaria a embarcação seis anos depois, em 2020. Todos os navios seriam entregues ao governo em até 11 anos, ou 2023, disse Novo. Ao todo, estão associadas à Navantia mais de 30 empresas espanholas, que poderão ser fornecedoras de serviços ou peças na fabricação dos navios.
FONTE: Valor Econômico 

Longos tentáculos brasileiros incomodam vizinhos


Com o domínio americano na região em queda, o Brasil exerce poder político e econômico maior no continente e enfrenta conflitos e rejeição

Simon Romero, The New York Times
Manifestantes indígenas de sandálias em La Paz têm acusado o presidente boliviano, chamando-o de “lacaio do Brasil”. Protestos irritados na frente da Embaixada do Brasil denunciam suas tendências “imperialistas”. Intelectuais bolivianos criticaram a “burguesia de São Paulo”, comparando-a aos caçadores de escravos que expandiram as fronteiras do Brasil colonial.
Palavras tão agressivas costumavam ser reservadas para os Estados Unidos, país que têm exercido influência extraordinária em toda a América Latina. Mas, conforme o domínio americano na região diminui e o Brasil exerce cada vez mais seu poder político e econômico, o país começou a experimentar também as armadilhas deste papel: uma reação contra o seu poder crescente no hemisfério.
“O poder mudou de um lado da Avenida Arce para o outro”, disse Fernando Molina, colunista de um jornal local, referindo-se à rua em La Paz onde a residência do embaixador brasileiro fica em frente à embaixada dos Estados Unidos.
Foto: Noah Friedman-Rudovsky/The New York Times Ampliar
Grupos indígenas da Bolívia marcham das planícies centrais do país para a capital La Paz: protesto contra um projeto rodoviário do Brasil na região
Empreendimentos brasileiros estão sendo recebidos com cautela em vários países. Uma proposta para construir uma estrada pelas selvas da Guiana até a sua costa está parado por causa de temores de que o Brasil possa tomar conta do seu pequeno vizinho com migração e comércio.
Na Argentina, as autoridades suspenderam um grande projeto de uma empresa de mineração brasileira, acusando-a de não contratar moradores locais o suficiente. Tensão no Equador por causa de uma usina hidrelétrica levou a uma batalha legal amarga e protestos de índios Ashaninka na Amazônia peruana que têm questionado um projeto da represa brasileiro.
Mas talvez nenhum projeto brasileiro na região tenha provocado tanta ira quanto um em La Paz.
Financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil – um gigante financeiro que supera os empréstimos do Banco Mundial e se tornou um dos principais meios para o Brasil projetar o seu poder na América Latina e além –, o projeto visava construir uma estrada através de um remoto território boliviano indígena. Mas ele provocou uma revolta lenta. Centenas de manifestantes indígenas chegaram aqui em outubro, após uma extenuante marcha de dois meses que os levou até a coluna vertebral da Cordilheira dos Andes, denunciando o seu antigo defensor, o presidente Evo Morales, por apoiá-lo.
“Llunk’u do Brasil”, dizia um de seus cartazes, chamando o presidente de um lacaio do Brasil, em Quechua, uma língua indígena. Morales, o primeiro presidente indígena da Bolívia e um ambientalista confesso, de repente viu-se em desacordo com uma parte importante da sua base política, defendendo um projeto brasileiro que poderia aumentar o desmatamento. Ele finalmente cedeu às exigências dos manifestantes e abandonou o projeto da estrada por seu território.
Empresas de outros países, principalmente da China, também estão se expandindo rapidamente na América Latina e, ocasionalmente, enfrentando hostilidade. Mas o Brasil é o maior país da região, com uma população de cerca de 200 milhões de pessoas, e o tamanho e a ousadia de sua ascensão ao longo dos últimos dez anos ajudam a explicar algumas das tensões geradas.
Foto: Noah Friedman-Rudovsky/The New York Times
Indígena boliviano participa de manifestação em La Paz: empreendimentos brasileiros estão sendo recebidos com cautela em vários países
Centenas de milhares de imigrantes brasileiros, apelidados de brasiguayos, se instalaram no Paraguai, muitas vezes comprando terras para agricultura em grande escala em um país com uma população muito menor. Eles têm sido tanto aclamados por ajudar a expansão da economia do Paraguai quanto demonizados por controlar grandes extensões de terra, às vezes levando ativistas rurais a queimar a bandeira brasileira.
Mais de um século atrás, antes de se tornar uma república, o Brasil era um império com invasões ocasionais do território de seus vizinhos, e muitas vezes servia como um árbitro em disputas na América Latina.
O Brasil agora conta com um corpo diplomático sofisticado, um aumento na contribuição à ajuda estrangeira e os bolsos fundos de seu banco de desenvolvimento, que financia projetos não apenas na América Latina, mas também na África.
“Quando Kissinger veio ao Brasil mais de três décadas atrás, ele advertiu seus anfitriões que eles poderiam acabar por ser mais temido do que amados por seus próprios vizinhos”, disse Matias Spektor, professor da Fundação Getúlio Vargas no Brasil, uma instituição educacional de elite, referindo-se ao ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry A. Kissinger, e seus esforços para forjar laços mais fortes com o Brasil na década de 1970.
“Agora o Brasil está se envolvendo mais profundamente na América Latina, sem uma política clara para lidar com a ansiedade que pode acompanhar este processo”, disse Spektor. “Há um perigo real de que o país seja recebido com raiva em determinados lugares.”
Na Bolívia, os Estados Unidos já tiveram influência inigualável, antes da eleição de Morales em 2005. De lá para cá, Morales entrou em conflito várias vezes com Washington, enquanto se aproximou de outros países, principalmente Brasil, Venezuela, Cuba e Irã. Desde 2008, quando Morales expulsou o embaixador americano Philip S. Goldberg, os Estados Unidos nem sequer têm um embaixador no país.
Mas a importância do Brasil tem crescido. Uma empresa brasileira, a OAS, ganhou o contrato de US$ 415 milhões para a construção da estrada boliviana em 2008, com financiamento proveniente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no Brasil. Essa instituição de fomento está fazendo cerca de US$ 83 bilhões em empréstimos em 2011. O Banco Mundial, em comparação, emprestou US$ 57,4 bilhões.
À medida que a marcha de protesto contra a estrada começou a avançar pela planície da Bolívia, em agosto, o popular ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, viajou para a Bolívia para fazer um discurso para empresários, patrocinado pela empresa brasileira, e para se reunir com Morales. (Assessores de Lula argumentaram que a disputa da estrada não fazia parte da agenda da viagem.)
A viagem aconteceu em momento crítico, quando as negociações estavam num impasse. Mas a viagem de Lula não conseguiu aliviar a tensão e descobriu-se posteriormente que ela fazia parte de uma viagem por três países financiada pela OAS e pela Queiroz Galvão, outra empresa de construção civil brasileira, que incluiu paradas na Costa Rica e em El Salvador.
“É óbvio que o Brasil só quer os nossos recursos”, disse Marco Herminio Fabricano, de 47 anos, um artesão do grupo indígena Mojeno que estava entre os manifestantes de La Paz. “Evo acha que pode nos trair com seus aliados brasileiros.”
As autoridades brasileiras insistem que a estrada não tem nada a ver com traições ou apreensão de recursos.
“Queremos que o Brasil seja rodeado por países prósperos e estáveis”, disse Marcel Biato, embaixador do Brasil na Bolívia, falando sobre o financiamento de infraestrutura na Bolívia e em outros lugares na América do Sul.
De fato, as autoridades brasileiras argumentam que seu país tem acesso a outras fontes de matérias-primas, bem como a rotas em todo o continente através das quais pode enviar mercadorias para portos no Pacífico.
Mas a estrada tem importância estratégica para os produtores de coca, talvez o eleitorado mais fiel de Morales, composto em grande parte por índios de língua Quechua e Aymara, estabelecendo assim um confronto entre eles e outros grupos indígenas que vivem no território.
O Brasil continua a cultivar uma variedade de planos na Bolívia, incluindo vários projetos hidrelétricos e uma ambiciosa política anti-drogas que envolve a implantação de aviões não tripulados na fronteira e o treinamento das forças de segurança bolivianas.
Mas a disputa pela estrada colocou o Brasil em alerta no país. “Assim como a China consolida a hegemonia regional na Ásia, o Brasil quer fazer o mesmo na América Latina“, disse Raul Prada Alcoreza, um ex-funcionário do governo da Bolívia que hoje é um crítico feroz de Morales.
“Um processo boliviano que pretendia fornecer uma alternativa e os movimentos sociais que ajudaram a tornar este governo possível”, disse Prada, “acabam sendo pisoteados pelos interesses brasileiros.”