domingo, 13 de junho de 2010

uma semana do segundo turno das eleições presidenciais, as Forças Armadas da Colômbia resgataram, neste domingo, dois oficiais do Exército que estavam em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) havia 12 anos.




O general Luis Mendieta e o coronel Enrique Murillo foram resgatados "sãos e salvos" na selva do departamento (Estado) de Guaviare, informou o presidente colombiano Álvaro Uribe.



Segundo Uribe a operação militar que resultou no resgate dos reféns vinha sendo preparada durante meses.



"Continuamos combatendo ali, para tentar resgatar os demais (sequestrados)", afirmou Uribe.



Troca



Os dois oficiais pertenciam ao grupo de reféns considerados passíveis de troca em um eventual acordo humanitário que as Farc pretendem negociar com o governo, em troca da libertação de guerrilheiros presos.



Com o resgate, 19 oficiais, entre militares e policiais, ainda permanecem em poder da guerrilha.



O resgate é visto como favorável à controvertida política de Segurança Democrática da administração Uribe e ao mesmo tempo a seu herdeiro político, o candidato presidencial Juan Manuel Santos, que disputará o segundo turno das eleições no próximo domingo.



“O resgate dos oficiais é um triunfo do governo, especialmente do ministério de Defesa, da política de Segurança Democrática (...) e de todas as tropas que durante todo esse tempo arriscaram suas vidas para dar liberdade a todos os colombianos", afirmou Frank Pearl, alto comissário para a paz.



A Segurança Democrática, que defende a saída militar e não negociada para o conflito armado na Colômbia foi responsável, após oito anos de governo, por debilitar as guerrilhas em todo o país e pelo incremento da segurança nas grandes cidades colombianas.



Ao mesmo tempo, essa política é interpretada por analistas como a responsável pela violação de direitos humanos e de casos de execuções extrajudiciais, no caso que ficou conhecido como "falsos-positivos".



A esposa de Mendieta, Maria Teresa Mendieta, disse ser a "mulher mais feliz do mundo" e pediu que novo presidente negocie um acordo humanitário para a libertação dos demais reféns.



"Tomara que o novo governo encontre um ponto no qual possa sentar para chegar a um acordo humanitário", afirmou a uma rádio local.



Os candidatos presidenciais que disputarão o segundo turno das eleições no próximo domingo, Juan Manuel Santos, candidato governista à Presidência e seu opositor do partido Verde, Antanas Mockus, têm indicado não estar dispostos a negociar um acordo com a guerrilha, ao exigirem a libertação unilateral de todos os reféns em poder dos rebeldes.



Campanha



A ação militar deste domingo também é vista como o golpe de maior sucesso contra as Farc desde 2008, quando a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt foi resgatada de um acampamento guerrilheiro junto a outros 14 reféns.



Na época, o ministro de Defesa era o atual candidato governista à Presidência, que tem capitalizado o endurecimento das políticas de combate às guerrilhas a seu favor durante a campanha presidencial.



Santos, que disputará o segundo turno contra o ex-prefeito de Bogotá, Antanas Mockus, aparece como o favorito para vencer a contenda presidencial.



Os oficiais Mendieta e Murillo foram sequestrados pela guerrilha em novembro de 1998, durante um ataque da guerrilha na cidade de Mitú, no departamento (estado) de Vaupés.



Durante a ação militar da guerrilha, cerca de 50 pessoas foram mortas, entre militares e civis.



Mendieta, que era tenente-coronel quando foi sequestrado, subiu ao cargo de general quando estava em cativeiro, em consequência da aprovação de uma lei especial no Congresso que permite aos militares sequestrados subirem na escala militar, mesmo estando longe de suas atividades.



De acordo com familiares, Mendieta completa 53 anos neste domingo.

sábado, 12 de junho de 2010

SUBMARINO TIKUNA,VISTO POR DENTRO MB

Pela primeira vez um órgão de imprensa brasileira acompanha um exercício naval de primeira grandeza, no exterior, desde uma perspetiva submarina. ALIDE não pode deixar de agradecer tanto à Marinha do Brasil quanto a Força de Submarinos esta grande honra e a confiança em nós depositada.




Mesmo fora das Forças Armadas não resta dúvida que os nossos cinco submarinos diesel-elétricos constituem-se na ponta de lança da dissusão militar brasileira. Em breve uma grande revolução será colocada em marcha, com a efetiva duplicação da Força de Submarinos e a criação de uma nova base dedicada e de um moderno estaleiro em Sepetiba no Estado do Rio. Faz então todo o sentido que este primeiro e espetacular investimento na recomposição das nossas Forças Armadas ocorra com a significativa expansão da Força de Submarinos.





Pela primeira vez um órgão de imprensa brasileira acompanha um exercício naval de primeira grandeza, no exterior, desde uma perspetiva submarina. ALIDE não pode deixar de agradecer tanto à Marinha do Brasil quanto a Força de Submarinos esta grande honra e a confiança em nós depositada.



Mesmo fora das Forças Armadas não resta dúvida que os nossos cinco submarinos diesel-elétricos constituem-se na ponta de lança da dissusão militar brasileira. Em breve uma grande revolução será colocada em marcha, com a efetiva duplicação da Força de Submarinos e a criação de uma nova base dedicada e de um moderno estaleiro em Sepetiba no Estado do Rio. Faz então todo o sentido que este primeiro e espetacular investimento na recomposição das nossas Forças Armadas ocorra com a significativa expansão da Força de Submarinos.




Um diário de bordo do Tikuna durante a UNITAS Gold 2009



Chegamos a Mayport, uma base naval americana na costa nordeste Flórida onde fica a sede do NAVSO (US Naval Forces Southern Command, a Quarta Frota e o Destroyer Squadron 40 (DESRON40). Esta base serviu de sede para a 50ª edição do exercício UNITAS com a presença de 12 marinhas e 13 navios e submarinos estrangeiros.



Corredor do Tikuna

Manutenção do periscópio no compartimento de comando.

Motores

Tikuna em Mayport, visto de proa.

Toilete. A porta à esquerda é o chuveiro.




Taifeiros trabalhando na cozinha.

Compartimento de comando em dia de faina.

Gaudério é gaudério.

Verificando os mantimentos

Check-list



Mayport Naval Station, quinta-feira, 23 de abril de 2009

Este “Diário” começou propriamente no momento em que ALIDE embarcou no Tikuna. Fomos então recebidos pelo próprio Comandante Nelson, um gaúcho fanático pelo Internacional de Porto Alegre, e pelo seu Imediato.


Conhecendo por dentro o IKL 209-1400 Mod

Para começar, o Imediato nos levou para uma pequena excursão pelo interior do submarino. O Tikuna é uma evolução do projeto alemão IKL-209, mas trata-se verdadeiramente de uma classe à parte, tamanha a quantidade de modificações que foram feitas pelos engenheiros brasileiros. Embora o submarino seja pequeno, o passeio foi demorado. Mas ninguém aqui tem pressa. Afinal, a missão está prevista para durar onze dias de mar. Começamos pela Sala de Torpedos, que também serve como rancho (sala de refeições) dos praças. O Imediato aproveitou esta oportunidade para mostrar, de modo sumário, quais são os procedimentos da tripulação em diversas situações. Penduradas na sala de torpedos existem duas televisões lado a lado. Aqui a tripulação que está descansando, pode cochilar ou ver um filme, documentário ou shows. Quem tá "de pau" (de serviço) está ocupado com a "faina" (trabalho) e quem não está pode descansar ou visitar a Base de Mayport ou a cidade de Jacksonville .



A nossa visita passou pelos camarotes, incluindo o do Comandante, que é o maior camarote de todos. Naturalmente, um patamar de conforto proporcional ao nível de responsabilidade assumido por ele. Próximo ao camarote do Comandante, fica a Sala de Comando. Ali é que é, propriamente, o “cérebro” do navio. Nesta sala estão localizados os monitores e equipamentos eletrônicos que garantem tanto a letalidade quanto a sobrevivência da embarcação. A visita se encerra na sala de máquinas, na popa. Submerso, o Tikuna é sempre movido por um grande motor elétrico que é alimentado por baterias. De tanto em tanto tempo, estas baterias têm que ser recarregadas pelos geradores elétricos (movidos pelos motores diesel) do submarino. Naturalmente, este processo de recarga somente rode ser realizado ou na superfície ou mergulhado com o duto de ar da vela para fora d’água, o processo chamado de “snorkeling”.


Compartimento de máquinas

Razão de tudo.

Fragata Blanco Encalada

Fragata Lübeck

Entrando em formação



Fragata Montreal

USS Oak Hill

Fragata Constituição

Parte da frota, vista do Tikuna.

Fragata Montreal




Todos, sem exceção, nos trataram com a maior cortesia. Neste primeiro dia, já almoçamos e jantamos a bordo, por sinal, uma comida excelente. Também começamos a acompanhar a rotina regular do submarino, aos poucos, nos familiarizando com o jargão naval, ou, melhor, com o jargão “submarinístico”. Esta é uma linguagem bem característica. Por exemplo, na hora do almoço o taifeiro perguntou o que queríamos almoçar. Escolhido o prato, ele perguntou em seguida: - E a jacuba? (a bebida...). Algo que chama a atenção é que a despeito dos tripulantes do submarino serem bastante jovens, alguns já mostram precoces tufos de cabelos brancos na cabeça.



Mayport, sexta-feira, 24 de abril de 2009

Hoje é dia de ir para o mar. Acordamos cedo e vestimos pela primeira vez o macacão operativo da ALIDE para tomar o café da manhã com o Comandante e com os oficiais na Praça d`Armas. Uma rotina que se repetirá até o término da missão. Para assistir a manobra de desatracação, o Comandante nos convida a subir na vela, aquela “torre” do submarino. Foi um espetáculo lento e interessante. O prático veio a bordo e nos guiou, passo a passo, em direção à saída da base, e daí para o alto mar. Dois botes de borracha (RHIBs) da Guarda Costeira, armados com uma metralhadora calibre 7,62 cada instalada na proa, nos acompanharam nesse trajeto. No caminho, recebemos a notícia de que o submarino canadense que havia suspendido no dia anterior, junto com o resto da frota da Unitas Gold, estava retornando ao porto por problemas técnicos. O Tikuna, recebeu elogios por parte dos marinheiros americanos, pela sua aparência impecável. Quando nos aproximamos deles, explicamos que não se pode esquecer que o submarino ainda é bem novo. Mas, realmente, o Tikuna parece ter saído do estaleiro ontem.



O submarino canadense que participou na Unitas Gold é um modelo de propulsão convencional, o HMCS Corner Brook, da classe Upholder. Esta classe de submarinos foi desenvolvida no Reino Unido para substituir a Classe Oberon, na época ainda em serviço na Royal Navy. Os Oberon alcançaram um bom sucesso no mercado de exportação, mas, a sua classe sucessora não foi tão feliz no mercado. Chegando até a haver um serissimo caso de incêndio a bordo no HMCS Chicoutimi, durante sua viagem de entrega em 2005. Outros problemas também apareceram posteriormente, alguns dos quais foram atribuídos a defeitos no projeto.



Logo após o prático deixar o Tikuna, navegamos em direção a área do primeiro exercício. E recebemos uma escolta de primeira. Um grupo de golfinhos animadamente ficou brincando na nossa proa. Ficamos na superfície e maior parte do tempo neste dia e só submergimos com o cair da noite. Aprendi que os submarinistas aproveitam o máximo possível para respirar ar puro.



Ao descermos para o interior do submarino, todos já começam a fazer guerra (brincar) comigo, incluindo as terríveis “ameaças” veladas sobre como será o meu “batismo”. Sim! Novatos em sua primeira submersão passam sempre por um “batismo” a bordo. Segundo me foi informado: “Não é possível navegar pelo reino de Netuno sem permissão e muito menos sendo pagão. Há um protocolo a ser seguido”. O vídeo vai lhes mostrar todos os detalhes desta solene cerimônia.



No dia seguinte, às 07h00 começou a primeira parte da Unitas Gold, um exercício em que uma aeronave P-3, semelhante a que a FAB comprou recentemente, tentaria localizar o Tikuna. Todos os tripulantes a bordo claramente apostam no submarino brasileiro. Não se trata de arrogância, mas de um real conhecimento do potencial da arma que estes homens operam. Os submarinos diesel-elétricos, como este, são absurdamente silenciosos, e o Tikuna parece ser mais silencioso ainda do que o normal.



Soou o alarme de imersão e nós mergulhamos.



Após a submersão, foi feito um briefing da missão em termos gerais para toda a tripulação, exceto, é claro, para quem estava de pau (de serviço) naquela hora.



Costa da Flórida, sábado, 25 de abril de 2009

Nossa ansiedade com o exercício envolvendo o Tikuna e a aeronave P-3C, acabou se transformando em frustração. O nosso “anfitrião” chegou 20 minutos atrasado ao ponto de encontro, fez contato, como previsto, e simplesmente desapareceu. Chegamos a observar a aeronave circulando próximo de onde estávamos, inclusive eu mesmo tive a oportunidade de observá-lo pelo periscópio, mas o avião acabou não respondendo às chamadas de rádio do Tikuna. Em apenas uma oportunidade, foi estabelecida comunicação com P-3, mas depois disso, total silêncio. O exercício acabou as 11h00. Na prática não houve exercício. Uma das finalidades declaradas seria treinar a tripulação do P-3C para visualização dos mastros do nosso submarino.

Em 1982, durante a Guerra das Falklands/Malvinas, a materialização de um único submarino nuclear britânico bastou para colocar toda a frota de superfície da Armada Argentina no porto até a data da capitulação. Isso ficou ainda mais dolorosamente claro com o afundamento do ARA General Belgrano nas mãos de um submarino que ele nem sequer viu chegar perto. Vários fatores levaram a Argentina à derrota. Um dos mais importantes foi a sua forte dependência tecnológica de fornecedores localizados em outros países. Outro foi a sua frota de submarinos que na época estava reduzida a apenas dois navios, um número infinitamente inferior ao que demandaria naturalmente uma nação com tantos quilômetros de costa, como a Argentina.




Mas se levarmos em conta as palavras mestras da nossa recém-publicada Estratégia Nacional de Defesa, fica claro que no âmbito político nacional já é consenso que os submarinos são hoje, e serão cada vez mais, a arma principal de dissuasão militar da Pátria. Por isso, o tamanho da frota de submarinos diesel-elétricos esteja sendo quase que dobrado neste momento, e que, finalmente, poderemos ter uma data firme para a construção do primeiro submarino nuclear totalmente desenvolvido e construído no novo estaleiro/base contratado à empresa francesa DCNS. Assim o governo demonstra ter compreendido claramente os riscos de se ficar dependente de “caixas pretas” e tecnologias estrangeiras neste importante setor.




Os submarinos nucleares são armas de altíssimo valor estratégico. Mas o submarino em si é apenas uma plataforma para o lançamento das armas. De nada adianta submarinos sem sensores e armas: torpedos, mísseis e minas da mais nova geração. Estes sistemas devem, se seguirmos fiéis, ao espírito da END, vir a serem fabricados no país de forma a não sermos condenados a reprisar a dura experiência da Argentina em 1982.




No que depender de preparo e da dedicação dos homens, avaliando-se unicamente por estes poucos dias passados a bordo do Tikuna, a Força de Submarinos e o Brasil estão muito bem servidos.




A escritora Rachel de Queiroz disse certa vez: “Quando houverem se acabado os soldados do mundo, quando houver a paz absoluta entre os povos, que fiquem pelo menos, os Fuzileiros como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles são”. Com o devido respeito aos Fuzileiros, mas, Dona Rachel nunca deve ter conhecido os homens que vivem suas vidas a bordo de um submarino.



Agora, do ponto de vista exclusivamente pessoal, especialmente por eu ser um admirador de longa data da arma submarina, esses dias passados na companhia da tripulação do mais moderno e letal submarino da Marinha do Brasil, foi uma experiência mais do que gratificante.



Na marca Tikuna!
Naqueles dias antes da partida, sempre surgiam novidades. O adido naval na África do Sul solicitou uma parada do navio por três dias na principal base naval do país, Simonstown, antes dele parar na vizinha Cape Town. Pedido seria atendido, mas para isso o plano da viagem seria novamente ajustado.




Finalmente, após longa preparação, no dia 21 de fevereiro, o navio deixou o Rio de Janeiro.



A cada novo porto caberia ao Chefe de Intendência a tarefa de adquirir os produtos necessários para a alimentação e o conforto dos tripulantes. Na área de alimentação eram adquiridos especialmente os itens perecíveis: verduras, legumes e frutas. Localmente cabia aos Adidos e a algum operador logístico local dar apoio ao navio nesta função.



O Garcia d’Ávila embarcou um helicóptero Esquilo do Esquadrão HU-1, com um Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) composto por três pilotos e dez praças. O helicóptero Esquilo foi escolhido por duas razões: primeiro, porque não ocorreria nenhum exercício naval complexo nesta comissão, e, segundo, porque ele é bem mais simples e barato de se manter, durante aqueles cinco meses e meio da missão. Por todo o período da viagem o helicóptero brasileiro apenas voaria sobre águas internacionais além de não ter se programado qualquer exercício de “cross-deck”, o seu pouso em navios de outras marinhas. Estes vôos treinaram tanto os pilotos quanto o pessoal de convôo e de controle de operações aéreas no COC do navio. Uma única vez o helicóptero foi utilizado para exercitar o recolhimento de náufrago do mar.


Deixando o Atlântico para trás, o navio brasileiro cruzou o Cabo da Boa viagem navegando numa corrente favorável de 5/6 nós, num dia com clima perfeito, “céu azul e com uma temperatura ideal para se ir à praia, para sair de bermudas e de tênis”, exemplificou o Comandante Biasoli.




Após vários dias de mar o navio chegou ao Atol de Diego Garcia, perfazendo a primeira visita de um navio militar brasileiro por aqui na história. O Atol tem uma grande lagoa em seu interior onde ficam fundeados os navios da Força de Pre-posicionamento Marítimo (estratégico) dos EUA. Em seu interior estes navios levam armamento, peças de reposição e combustível que pode ser necessário caso alguma crise militar se conflagre em qualquer região localizada ao redor do Índico, Pacífico e do Oriente Médio. Estes estoques estratégicos dão às forças armadas americanas, a capacidade de intervir imediatamente sem que seja necessário realizar uma mobilização emergencial dos estoques localizados no continente americano. A escala do Garcia foi uma “parada técnica”, uma oportunidade para realizar algumas manutenções menores no navio, que não passou de dois dias. Um prático militar guiou o navio brasileiro até o interior da lagoa. Após fundear, o navio foi imediatamente cercado por uma barreira flutuante daquelas usadas para precaver contra possíveis vazamentos de óleo ou de outros contaminantes

Esta viagem serviu para demonstrar com grande clareza quantas coisas devem passar a ser prioritárias, tanto no aspecto logístico quanto no de recursos humanos para que a Marinha do Brasil possa atender às crescentes demandas que o projeto geopolítico atual da nação fará a ela. No campo do apoio às famílias a Esquadra já disponibilizou desta vez um núcleo de Assistência Social às famílias dos marinheiros embarcados no Garcia d’Ávila. Segundo Biasoli, “Houve um grande ganho no desenvolvimento dos nossos marinheiros e da mudança da sua percepção sobre o mundo e, especialmente, da inserção do Brasil nele. Desta vez não houve nenhum problema de saúde ou disciplibar com a tripulação, mas, talvez no futuro venha a ser útil, especialmente nessas missões de mais longa duração, incluirmos um posto que ainda não é previsto no navio: o de um assistente social, ou psicólogo. Este novo membro complementaria o trabalho realizado hoje em dia pelos nossos médico e dentista.”




No final, no dia 21 de julho o navio chegou de volta ao Rio de Janeiro, após ficar 153 dias fora do Brasil. Este período foi maior do que o inicialmente previsto, mas ao sair daqui no dia 21 de fevereiro ninguém imaginaria que eles fariam um desvio de curso até a Índia ou que período de reparo do motor em Cape Town os prenderia naquela cidade por um adicional de duas semanas. Tudo deu certo. Isso é claramente fruto da soma de dois importantes itens característicos da marinha do Brasil: um planejamento e manutenção pré-comissão bem executado, com o alto grau de preparo técnico da tripulação fez com que a missão, a despeito das diversas alterações inopinadas de rota, fosse um sucesso. Do ponto de vista diplomático o navio cumpriu seu papel servindo de poderoso catalizador para a aproximação continuada do Brasil com as marinhas e os governos dos países visitados. A relação entre a Marinha e o Ministério da Defesa com o Itamaratí também recebeu uma grande ênfase com a realização desta missão que se tudo caminhar normalmente passará a ser cada vez mais comum no futuro. A Índia e a China, colegas do Brasil no grupo dos BRICs, demonstraram, de forma muito evidente, a importância que ambos países atribuem ao crescente estreitamento das relações diplomáticas e militares com o Brasil. Finalmente, foi demonstrada a capacidade, pelo comando da Marinha do Brasil, de redirecionar um navio seu, sem aviso prévio, no alto mar, o enviando para uma nova e desafiadora missão. Esta pernada imprevista representou um grande desafio logístico e humano, um sinal inequívoco de que as “peças” estão todas no seu devido lugar, e que, com o orçamento adequado, a Marinha do Brasil pode se posicionar como uma das mais importantes marinhas de águas azuis a cruzar, regularmente, os mares do nosso planeta.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O blog conversou esta manhã (10) com um representante da Yuzhmash, empresa ucraniana responsável pela fabricação do veículo-lançador Cyclone 4, a ser operado de Alcântara, no Maranhão, pela binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS). A conversa aconteceu no estande da agência espacial ucraniana (National Space Agency of Ukraine – NSAU), na feira aeroespacial ILA 2010, que acontece esta semana em Berlim, na Alemanha.




O representante da empresa destacou que a Yuzhmash é uma empresa meramente produtora, não responsável pelo desenvolvimento dos equipamentos que fabrica, processo produtivo bastante característico da ex-URSS. Além de foguetes e propulsores espaciais, a estatal fabrica tratores, geradores eólicos de energia e outros equipamentos mecânicos. Embora a empresa não seja a responsável pelo projeto do Cyclone 4 (a desenvolvedora é a Yuzhnoye), a conversa, bastante rápida, foi produtiva, pois revelou informações sobre os avanços no projeto e construção do foguete.



O último estágio do Cyclone 4 (chamado de “upper stage”) está em desenvolvimento, sendo que os dois outros estágios já tiveram seus desenhos concluídos. Até o momento, só foram fabricados modelos de engenharia, mas a previsão é que ainda este ano os primeiros modelos de voo já entrem na linha de montagem. Questionado sobre a quantidade de foguetes que seriam fabricados nesta primeira fase, o representante da Yuzhmash preferiu não responder, mas afirmou que o plano de negócios (“business plan”) da ACS considera cinquenta lançamentos.



Numa brochura sobre as atividades da NSAU elaborada pela a ILA, há a indicação de que o primeiro voo do Cyclone 4 ocorrerá apenas em 2012. O blog apurou que uma data mais específica seria fevereiro de 2012, com o transporte do primeiro veículo para o centro de lançamento previsto para novembro de 2011.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Os dias andam agitados na linha de produção de máquinas de guerra, a 300 quilômetros de São Paulo. A fábrica da Embraer, em Gavião Peixoto, está abrigando uma frota de combate: oito supersônicos F-5E, três caças bombardeiros AMX, e três A-4 Skyhawk, da Marinha, todos passando por um amplo programa de modernização tecnológica. A Embraer completa a modernização de 46 jatos F-5E na unidade de Gavião Peixoto, a fábrica de aviões de combate






Novos, há dez turboélices de ataque leve, Super Tucanos. Um deles, do lote de 12 unidades vendido para o Chile, foi entregue na quinta-feira. Outro, com a camuflagem em padrão digital da Força Aérea do Equador, outro país cliente, aguardava liberação da equipe técnica para o dia seguinte.



Ao lado desse hangar, onde câmeras fotográficas não são bem recebidas e é conveniente que as pessoas vestindo farda não tenham nome nem rosto, o clima é outro. Dali saem os sofisticados jatos Phenom executivos. O preço começa em US$ 3 milhões. Quem tiver todo esse dinheiro e puder pagar agora, só vai conseguir com isso garantir um lugar na fila ? para receber o avião apenas em 2013.



Há voos o dia todo, decolando e pousando na pista de cinco quilômetros de extensão, repleta de sensores e recursos de teste. Nesse ambiente, pouca coisa é capaz de atrair a atenção dos 2,2 mil técnicos que trabalham na área. Uma delas, talvez a única, rugia as cinco toneladas de força das turbinas duplas às 10 horas de sexta-feira o caça F-5EM, a versão modernizada do modelo II/E da Northrop americana, comprado em sucessivos lotes desde 1974 pela aviação militar, tira o pessoal de dentro dos pavilhões.



“Há torcedores aqui como em clubes de futebol”, conta o engenheiro Juliano Castilho. Em sua equipe há um funcionário que guarda anotados detalhes de todos os voos, desde o primeiro, em 2003, dos 38 supersônicos que já passaram por Gavião Peixoto. O caça renovado pela Embraer, associado à israelense Elbit, superou expectativas e vai voar até 2021, afirma um ex-gestor do programa, avaliado em US$ 420 milhões.



Para o atual vice-presidente de Mercado de Defesa, Orlando Ferreira Neto, “o principal benefício para a empresa foi, sem dúvida, desenvolver a capacitação no aperfeiçoamento eletrônico das aeronaves e a integração de sistemas”.



Não, esse não será um novo ramo de negócios para a Embraer, “a menos que surja um cliente com necessidade bem específica”. Na mesma linha, a companhia cuida da revitalização de 53 AMX, da FAB, e de 12 A-4 Skyhawk, da ala aérea do porta-aviões São Paulo. Significa um faturamento anual da ordem de US$ 100 milhões até 2016, afirma o vice-presidente.



Em consequência do bom desempenho, o Comando da Aeronáutica mantém o F-5EM, senão em sigilo, ao menos sob intensa discrição. O principal avião de combate da Força é uma evolução do tipo original do qual, desde 1964, foram fabricadas 3.806 unidades. Recebeu um novo painel com telas digitais coloridas de cristal líquido, comando unificado, computadores de última geração, capacidade para uso de capacete com visualização de sistemas e de lançamento de bombas guiadas por laser, de mísseis de alcance além do horizonte, armas antirradar e recursos para elevar o índice de acerto no emprego de bombas “burras”.



O principal diferencial incorporado, entretanto, é o novo radar Grifo, multimodo, com alcance de 80 quilômetros. Pode detectar até quatro diferentes alvos ao mesmo tempo, priorizando cada um deles pelo grau de ameaça.



Na sexta-feira, o piloto de ensaios Carlos Moreira Chester, um ex-caçador militar de 41 anos, levou o 4827 para os 13 mil metros. O voo, o terceiro antes da entrega para a FAB, só revelou problemas de rotina. Uma diferença de empuxo entre as duas turbinas e a dificuldade de leitura dos cartões de dados de navegação. O lado direito do canopy, cobertura transparente da cabine, está embaçado.



“Em combate é que se avalia como isso pode ser importante”, comenta Chester. Raro profissional, seu treinamento, no Comando de Tecnologia Aeroespacial, o CTA, de São José dos Campos, durou 45 semanas e custou US$ 1 milhão. A avaliação do piloto é a ponta do longo processo de recebimento pela FAB. Dele participam 15 técnicos da Força e 30 da Embraer.



O caça perdeu um de seus dois canhões de 20 mm originais, abrindo espaço para o radar. As outras medidas continuam iguais. O F-5EM Tigre, o nome completo, é esguio e mede 14,5 metros. Asas curtas, de 4 metros. Velocidade máxima de 1.900 km/hora a operacional não passa de 1.770 km/h. O alcance fica em 2,5 mil km, mas o caça pode ser reabastecido no ar. O armamento, além do canhão, é composto por dois mísseis ar-ar. Leva 3,2 toneladas de cargas de ataque.



Fonte: Agência Estado – Roberto Godoy

sexta-feira, 4 de junho de 2010


INGLATERRA ENVIA SUBMARINO NUCLEAR PARA AS ILHAS MALVINAS



COM ESSE ATO BELICOSO, O REINO UNIDO ACREDITA QUE VAI "ACABAR COM AS AMBIÇÕES DA ARGENTINA" DE RECUPERAR AS ILHAS QUE LHE FORAM TOMADAS À FORÇA PELOS INGLESES NO SÉCULO XIX



"OLHO GRANDE" BRITÂNICO PELAS RESERVAS PETROLÍFERAS DESCOBERTAS "JUSTIFICOU" A ESCALADA DA CRISE.



"LONDRES, 17 MAR (ANSA) - A Marinha britânica enviou um submarino nuclear de guerra para reforçar a segurança em torno das Ilhas Malvinas, arquipélago no Atlântico Sul reclamado pela Argentina.



Segundo informou a imprensa britânica, as autoridades militares da Grã-Bretanha ordenaram no mês passado o envio do submarino HMS Sceptre, que pesa cerca de cinco mil toneladas. A embarcação partiu da costa sul da África com a tarefa de monitorar as ilhas.



Uma fonte militar disse que o submarino "está muito bem equipado e funciona com energia nuclear". Sob anonimato, oficiais ressaltaram aos jornais locais que o governo espera que a presença do HMS Sceptre possa "acabar com as ambições" da Argentina pela soberania do local.



O submarino nuclear possui cinco tubos para lançar torpedos, além de alcançar uma velocidade de 20 nós e de possuir tecnologia avançada para monitorar as águas por meio de radares e sinais sonoros digitais.



O Ministério britânico da Defesa, por sua vez, se negou a dar informações sobre o assunto.



Os jornais destacaram que o envio do submarino foi feito após fortes especulações de que a empresa Desire Petroleum encontrou petróleo no norte das Ilhas Malvinas.



A companhia, que foi a primeira a iniciar tarefas de exploração de hidrocarbonetos no local, tem previsto anunciar na próxima semana os resultados do seu empreendimento.



A imprensa britânica também relembrou que há alguns dias um grupo de 100 manifestantes lançou coqueteis molotov contra a embaixada do país em Buenos Aires como forma de protestar contra as atividades de exploração.



A Grã-Bretanha ocupou [militarmente] as ilhas em 1833. Desde então, a Argentina reivindica a devolução do território, que havia sido herdado da Espanha na época da colonização. Os dois países entraram em guerra em 1982 pela soberania da região e o conflito foi vencido pelos ingleses.



Recentemente, o caso ganhou novas proporções com a decisão britânica de explorar petróleo e gás no arquipélago.



Para obstruir os planos da nação europeia, o governo argentino impôs uma série de medidas para o trânsito de embarcações próximo às ilhas, sendo que uma delas obriga os navios a terem autorização de Buenos Aires para navegar."

quinta-feira, 3 de junho de 2010





Com as novas pesquisas em curso, espera-se que num futuro próximo uma viagem entre o Rio de Janeiro e Nova York, por exemplo, seja feita em apenas duas horas. O Brasil não está de fora dessa corrida e a partir do próximo mês começa a testar, em um equipamento chamado túnel de vento, o motor do 14-X, veículo não tripulado, que em sua versão final será capaz de colocar satélites em órbita a velocidades ao menos seis vezes superiores à do som.



O projeto do 14-X conta atualmente com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que, juntos, já destinaram R$ 10,5 milhões ao projeto. Outros R$ 6 milhões estão previstos para este ano, através da Finep.



O veículo, em forma de asa delta, está sendo projetado por Tiago Cavalcanti Rolim, um jovem engenheiro do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em 2005. Na versão para vôo, o 14-X terá 2,5 metros de comprimento e cerca de 300 quilos de peso.



Previsto para fazer seu primeiro vôo em 2012, o 14-X, nome dado em homenagem ao 14 Bis, será lançado por um veículo de sondagem VS40. "Isso porque um motor hipersônico precisa de um foguete, com propulsão sólida, como estágio inicial de lançamento, para que a velocidade hipersônica seja atingida", explica Rolim. Ao nível do mar, o 14-X voará a uma velocidade aproximada de 3 km por segundo.



Em outubro, serão iniciados os testes do processo de combustão do motor do 14-X no T-3, maior túnel de vento hipersônico da América Latina, que está instalado no Laboratório de Aerotermodinâmica do IEAv, órgão do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos.



Pesando mais de 15 toneladas e medindo cerca de 24 metros de comprimento, o T-3 foi construído com recursos também da Fapesp. O projeto custou R$ 2,5 milhões e sua operação foi iniciada em dezembro de 2006. O túnel de vento é uma ferramenta fundamental para testar a eficiência do projeto de um veículo aeroespacial, pois consegue simular, de forma representativa, as condições e o ambiente encontrados durante o vôo.



A reprodução das condições encontradas num vôo hipersônico é uma tarefa ainda mais desafiadora, pois o veículo viaja a velocidades seis vezes superiores à do som. "Além disso, o meio que circunda a aeronave não é somente o ar atmosférico, mas uma mistura de átomos, elétrons e íons, uma situação semelhante a que acontece, por exemplo, com veículos espaciais retornando à Terra", detalha o coordenador do projeto do 14-X, Coronel da Aeronáutica Marco Antônio Sala Minucci.



Segundo o coordenador, durante o vôo hipersônico podem ser geradas temperaturas superiores ao ponto de fusão da maioria dos metais convencionais.



Atualmente, apenas os Estados Unidos e a Austrália viabilizaram o vôo atmosférico de veículos demonstradores, com duração menor que 10 segundos. O veículo demonstrador da Nasa (Agência Espacial Americana) é o X-43 e o HyShot, da Universidade de Queensland, é o demonstrador tecnológico da Austrália.



Em 2004 a Nasa quebrou o recorde de velocidade para uma aeronave com o modelo X-43A, que em apenas dez segundos atingiu 10 mil quilômetros por hora, algo próximo a Mach 10 (10 vezes a velocidade do som). O HyShot atingiu altitude de 300 quilômetros em trajetória vertical, através do foguete Terrier-Orion. No voo descendente o veículo australiano alcançou cerca de 35 quilômetros de altitude e Mach 7.6.



Em continuidade a esse programa, batizado de Hyperx, a Nasa e a Boeing estão desenvolvendo o veículo hipersônico X-51, que fará seu primeiro vôo até o fim deste ano. A velocidade hipersônica alcançada pelo X-43A foi obtida por meio de uma nova tecnologia, a de motores do tipo "supersonic combustion ramjet", conhecida pela sigla scramjet ou motores a propulsão aspirada.



A principal vantagem desses motores, segundo Minucci, é que o oxigênio necessário ao seu funcionamento é retirado do próprio ar atmosférico. "O sistema de propulsão scramjet, ao contrário dos atuais motores-foguete, não utiliza o oxigênio a bordo, que representa mais da metade do seu peso".



Dessa forma, o peso total de decolagem do veículo pode ser reduzido e a quantidade de combustível necessária para a operação do foguete e o próprio veículo podem ser menores, resultando em uma redução significativa nos custos", explica o pesquisador, que também é diretor do IEAv. Segundo ele, mais da metade do peso de um veículo a motor-foguete é devido ao oxidante.



Outra tecnologia de ponta que está sendo utilizada no projeto do 14-X é o conceito "waverider", responsável pela sustentação da aeronave, através da formação de uma onda de choque na parte inferior do veículo. "A tecnologia waverider confere alta razão de planeio ao veículo, que voa mais longe com a mesma quantidade de combustível", destaca Rolim.


Tiago Rolim, engenheiro do DCTA, trabalha no desenvolvimento do motor do 14-X



Nova Tecnologia Vai Reduzir Peso e Custo das Aeronaves



Tudo leva a crer que a propulsão hipersônica aspirada, utilizando tecnologia da combustão supersônica, será uma das alternativas mais eficientes de acesso ao espaço no futuro. Os cientistas acreditam que a tecnologia hipersônica poderá viabilizar o desenvolvimento de sistemas de transporte espaciais mais seguros e 100 vezes mais baratos que os atuais veículos que utilizam propulsão convencional (foguetes), baseados em combustíveis sólidos e líquidos.



Um veículo como 14-X, segundo o responsável pelo projeto, Tiago Rolim, não possui partes móveis e utiliza ondas de choque (que se deslocam em velocidades superiores à do som, provocando mudanças abruptas de pressão e temperatura), geradas durante o vôo para a compressão e desaceleração do ar atmosférico em seu interior.



Rolim explica que o ar atmosférico, pré-comprimido pela onda de choque, é aspirado pela entrada da câmara de combustão. “Como o ar atmosférico entra na câmara em velocidade hipersônica, o processo de combustão se dá em regime supersônico, característica da tecnologia scramjet”. Ao utilizar-se do oxigênio presente no ar, a propulsão aspirada é sinônimo de baixo peso, de pouca complexidade, e de baixo custo operacional. (VS)





Fonte: Jornal Valor Econômico



Comentário: Eu considero leitor que esse projeto da espaçonave 14-X (já abordado aqui no blog por diversas vezes) junto com os projetos do VLS, dos motores a propulsão líquida, da plataforma SARA e o do foguete VS-43, os mais relevantes atualmente no Programa Espacial Brasileiro. É claro que existem outros projetos e podemos citar aqui na área de foguetes o Sonda III-A e o VLS-1B, na área de satélites os CBERS-3 e 4, o Amazônia-1, o MAPSAR, o GPM-BR, o SGB, o Sabia-Mar, o ITASAT e outros, além das pesquisas de propulsão a laser e nuclear que estão no momento em desenvolvimento no Instituto de Estudos Avançados (IEAv), em São José dos Campos-SP. No entanto, me parece que o desenvolvimento da tecnologia hipersônica a ar aspirado aplicada nessa espaçonave poderá trazer para o Brasil benefícios não só na área espacial como também no desenvolvimento de novos conceitos de aeronaves para transporte de passageiros. Além disso, a proximidade de seu vôo teste em 2012, colocará o Brasil no clube dos poucos países que dominam essa tecnologia, o que permitirá no futuro parcerias estratégicas com esses países. Parabéns ao jovem engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim pela inovadora iniciativa e ao IEAv e a FINEP/FAPESP/CNPq pelo apoio ao projeto.







Velocidade Seis Vezes Superior à do Som