segunda-feira, 12 de abril de 2010

SÃO PAULO, 11 ABR (ANSA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o premier italiano, Silvio Berlusconi, manterão um encontro bilateral nesta segunda-feira em Washington, a partir das 14h15 (15h15 no horário de Brasília).






Os dois chefes de Governo estarão na capital dos Estados Unidos para participar da Cúpula de Segurança Nuclear, convocada pelo presidente norte-americano, Barack Obama. O evento reunirá governantes de mais de 40 países e termina na terça-feira.





Após as conversas, Lula e Berlusconi presidirão uma cerimônia para a assinatura de atos, às 14h45 locais. O encontro ocorrerá na residência da Embaixada do Brasil e contará também com a presença do chanceler Celso Amorim.





Os temas bilaterais incluiriam, além da série de acordos econômicos — entre os quais poderia estar a venda de navios à Marinha brasileira –, o caso de Cesare Battisti, ex-integrante do grupo de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) que está detido no Brasil e cuja extradição é requisitada pela Itália.





Condenado em seu país de origem, Battisti foi preso no Rio de Janeiro em 2007. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou o refúgio político que havia sido concedido a ele pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, acatando assim o pedido italiano.





A decisão final sobre o caso — que gerou uma crise entre ambas nações — está agora nas mãos de Lula, que ainda não se pronunciou. Por isso, o encontro entre os dois líderes pode ser decisivo e incluir eventuais “garantias” de Berlusconi a seu colega brasileiro.





Estava previsto que o premier italiano viesse ao país sul-americano no início de março, mas a visita foi cancelada por questões de agenda.





Além de se reunir com o líder europeu, Lula também verá nesta segunda-feira o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, e o da Turquia, Recep Erdogan. A recepção aos membros da Cúpula de Segurança Nuclear está marcada para as 18h15 locais.





O brasileiro embarcaria para os Estados Unidos ainda neste domingo às 15h, com desembarque previsto para as 23h40 locais. Já Berlusconi chegará a Washington na segunda-feira e discursará no evento na terça-feira pela manhã. (ANSA).



Nota do Blog. SEGURANÇA X NACIONAL E PLANO BRASIL



A Matéria não menciona, porém é de conhecimento geral que um dos temas que estará na pauta nas reuniões entre os chefes de estado, encontra-se uma negociação envolvendo navios de guerra ( provavelmente as fragatas Fremm) bem como os navios de patrulha oceânica (OPV) para a Marinha do Brasil.
A DCNS vai apresentar no próximo dia 04 a primeira fragata multimissão da classe FREMM (Frégate Européenne Multi-Missions) da Marinha Francesa (Marine Nationale) perante altas entidades políticas e industriais. O navio, a D630 FS Aquitaine, em finalização nas instalações da empresa em Lorient, será entregue em agosto de 2012.




Alguns dias antes, o navio será retirado do cais e transferido para o molhe onde receberá o mastro assim como os diversos sistemas de armas. Uma segunda unidade, a D631 FS Normandie, está sendo construída desde outubro de 2009 (ver T&D nº 119), e tem sua entrega prevista para maio de 2014.



A DGA (Délégation Générale de l´Armement) adquiriu 11 navios da DCNS através do OCCAR (Organisation Conjointe de Coopération en matière d´ARmement), em contratos assinados em novembro de 2005 e em setembro de 2009, para os três últimos navios. A frota substituirá, até março de 2022, as Classes Tourvile, George Leygues e D´Estiène D´Orves. Nove delas serão da versão de luta anti-submarina e duas configuradas para defesa antiaérea, as quais serão designadas de FREDA (FRÉgate de Défense Aérienne).






Todas serão dotadas, entre outros, com o sistema de combate SETIS da DCNS, o sonar de casco Thales Underwater Systems 4110-CL, o dispositivo de navegação inercial Sagem Défense Sécurité SA SIGMA 40P, o radar multifunções Thales HERAKLES, o radar de detecção Thales ARTEMIS, o sistema de lançamento de despistadores Sagem Défense Sécurité SA NGDS (New Generation DAGAIE System), o diretor de tiro Sagem Défense Sécurité SA NAJIR MM, um sonar rebocado, diversos sistemas de comunicações, Comando e Controle e de Guerra Eletrônica, sistemas verticais de lançamento DCNS SYLVER (SYStème de Lancement VERtical) e ainda duas embarcações de intervenção semi-rígidas.




O armamento básico consiste numa peça de 76mm Oto Melara SpA Super Rapid, dois sistemas de lançamento para 19 torpedos EuroTorp MU-90 Impact e ainda peças de 12.7 mm.



No caso da versão ASW (Anti Submarine Warfare), contam com oito mísseis antinavio MBDA Exocet MM40 Block 3, 16 mísseis de defesa antiaérea ASTER 15 e com 16 mísseis de longo alcance MBDA SCALP (Système de Croisière Autonome à Longue Portée) também conhecido por MdCN (Missile de Croisière Naval). Para os mísseis ASTER 15, será integrado o sistema de lançamento SYLVER A-15, enquanto que para o míssil SCALP, os navios receberão a versão A-70. As duas FREDA serão dotadas com oito mísseis MBDA Exocet MM40 Block 3, 16 mísseis antiaéreos MBDA ASTER 15 e ainda 16 ASTER 30. A empresa constrói ainda uma destinada à Marinha Real do Marrocos (al-Bahriyya al-Malakiyah), cuja entrega está planejada para 2013

sábado, 10 de abril de 2010

Estudo liga 'visões antes da morte' a altos níveis Cientistas acreditam ter encontrado a explicação para os relatos feitos por pessoas que estiveram perto da morte, de visões como uma "luz no fim do túnel" ou de imagens dos momentos vividos desfilando como um filme diante dos olhos.




A equipe da Universidade de Maribor, na Eslovênia, examinou as informações de 52 pacientes durante o momento de uma parada cardíaca, e concluiu que esses fenômenos se devem aos altos níveis de dióxodo de carbono (CO2) presentes no sangue naquele exato momento, por conta da suspensão da respiração.



Os níveis elevados deste composto químico foram registrados em 11 pacientes que relataram ter vivido experiências do tipo, segundo um artigo na revista científica Critical Care.



Os pesquisadores não encontraram nenhum padrão associado a sexo, idade, nível de educação, credo, medo da morte, medo da recuperação ou drogas subministradas durante o ressuscitamento.



Entre as experiências relatadas por pacientes que estiveram próximos da morte estão a visão de um túnel ou uma luz forte, uma entidade mística e até a sensação de "sair do próprio corpo". Outros relatam apenas uma sensação de paz e tranquilidade



Na cultura popular, esses fenômenos são atribuídos à religião ou às drogas. Mas, para a equipe eslovena, o estudo oferece uma explicação mais consolidada de por que tantos pacientes que sobrevivem a uma parada cardíaca relatam estas sensações.



Estima-se que entre 10% e 25% dos pacientes que sofrem de paradas cardíacas vivenciam algo semelhante.





A anoxia – a morte de células do cérebro em consequência da falta de oxigênio – é uma das principais teorias para explicar as experiências vividas em momentos de morte iminente. Mas este efeito foi estatisticamente insignificante no pequeno grupo de onze pacientes que as vivenciaram no estudo esloveno.



Em compensação, os níveis de CO2 no sangue destes pacientes foi muito mais alto que no resto dos pacientes da pesquisa.



Outros experimentos já mostraram que inalar dióxodo de carbono pode levar alucinações similares às relatadas em momentos de morte iminente.



O que a equipe ainda não sabe, porém, é se estes altos níveis de CO2 se devem à parada cardíaca ou se já eram registrados antes do fenômeno.



"Esta é potencialmente outra peça do quebra-cabeças. Precisamos de mais pesquisas”, disse a pesquisadora que coordenou o estudo, Zalika Klemenc-Ketis.



"Experiências de quase morte nos fazem questionar nossa compreensão da consciência humana, portanto, quanto mais, melhor."



O cardiologista Pim van Lommel, que há anos estuda fenómenos semelhantes, descreveu as conclusões como "interessantes".



"Mas eles não encontraram a causa, apenas uma associação. Acho que isto permanecerá um dos grandes mistérios da humanidade", disse.



"As ferramentas que os cientistas possuem simplesmente não são suficientes para explicá-los."
O presidente polonês, Lech Kaczynski, morreu neste sábado quando o avião que o transportava se acidentou próximo de um aeroporto na Rússia.




O chefe de Estado viajava com a primeira-dama, Maria, e altas autoridades do seu governo, incluindo o presidente do Banco Central.



Segundo os relatos, havia quase cem pessoas a bordo do avião e ninguém sobreviveu.



O avião, um Tupolev-154, viajava de Varsóvia para a cidade russa de Smolensk, onde as autoridades polonesas participariam de uma cerimônia para lembrar os 70 anos de um massacre de mais de 20 mil prisioneiros de guerra por forças russas na floresta de Katyn durante a Segunda Guerra Mundial.



A tragédia ocorreu no momento em que a aeronave tentava pousar em meio à névoa densa, pouco antes das 11h de Moscou (4h em Brasília).



O governador da província de Smolensk, Sergei Antufiev, declarou na TV russa que o Tupolev-154 atingiu a copa das árvores, caiu no chão e se partiu.



Entre outras altas autoridades polonesas dentro do avião estavam o chefe do Exército do país, Franciszek Gagor, e o presidente do BC polonês, Slawomir Skrzypek. Além disso, faziam parte da comitiva historiadores consagrados e políticos de renome.



Pela Constituição polonesa, novas eleições devem ser convocadas até o fim de junho. O cargo de presidente interino será exercido pelo líder da Câmara baixa do Parlamento polonês, Bronislaw Komorowski.



Reações



Os soviéticos mataram as elites polonesas em Katyn há 70 anos. Hoje, a elite polonesa morreu no mesmo local tentando prestar uma homenagem aos poloneses que lá morreram (antes).

Lech Walesa, ex-presidente polonês

O correspondente da BBC em Varsóvia, Adam Easton, disse que o acidente está sendo sentido como uma "catástrofe" para os poloneses, independente de sua posição política em relação ao presidente.



De acordo com o repórter, muitos, visivelmente aturdidos, se reuniram em frente ao palácio presidencial em Varsóvia para deixar flores e acender velas.



O premiê do país, Donald Tusk, teria chorado ao ser informado do incidente. Ele disse que viajará ao local do acidente.



Líderes mundiais expressaram suas condolências pela morte de Kaczynski. Na Rússia, o presidente Dmitri Medvedev se solidarizou com a Polônia. A investigação sobre as causas do acidente será conduzida pelo premiê russo, Vladimir Putin.



Os Estados Unidos disseram que esta foi uma "terrível tragédia" para a Polônia.



Já a União Europeia expressou solidariedade com o Estado-membro do bloco.



A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que estava "chocada" com o incidente, enquanto o premiê britânico, Gordon Brown, expressou tristeza e descreveu Lech Kaczynski como "um dos atores que definiram a história política moderna" de seu país.



Histórico



Lech Kaczynski, que exerceu o cargo de prefeito da capital, Varsóvia, por três anos, foi eleito presidente da Polônia em 2005.





Kaczynski foi eleito em 2005 com agenda social e conservadora

Advogado das políticas de bem-estar social e resistente a reformas de mercado, ele esteve no centro de polêmicas envolvendo sua agenda influenciada fortemente por um conservadorismo católico.



Junto com seu irmão gêmeo, o ex-premiê Jaroslaw Kaczynski, ele fundou em 2001 o Partido da Lei e Justiça, que reiterava os valores tradicionais oriundos da fé católica, predominante na Polônia.



A história do líder está ligada à campanha pelo fim do Comunismo no país, nos anos 1980.



O ex-presidente polonês Lech Walesa, que liderou o movimento Solidariedade, peça central na luta pela democratização do país na mesma época, qualificou o desastre como "inconcebível".



"Os soviéticos mataram as elites polonesas em Katyn há 70 anos. Hoje, a elite polonesa morreu no mesmo local tentando prestar uma homenagem aos poloneses que lá morreram", declarou Walesa à agência AFP.









sexta-feira, 9 de abril de 2010

Astronautas iniciam caminhada no exterior da Estação Espacial



Em imagem feita a partir de vídeo e divulgada pela Nasa, os astronautas Rick Mastracchio e Clay Anderson são vistos saindo da escotilha






Reduzir Normal Aumentar Imprimir Os astronautas Rick Mastracchio e Clayton Anderson começaram nesta sexta-feira a primeira das três caminhadas da missão do Discovery na Estação Espacial Internacional (ISS). Os astronautas abandonaram a escotilha da câmara de descompressão às 2h41 de Brasília e devem trabalhar no exterior da plataforma orbital durante aproximadamente seis horas e meia, informou o coordenador da Nasa no Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia, Serguei Puzanov.



O objetivo principal das saídas ao exterior é substituir um depósito de amoníaco. Durante a primeira caminhada, está previsto que Mastracchio e Clayton desliguem as mangueiras do velho tanque e posteriormente desenganchem do compartimento de carga do Discovery o novo depósito. O tanque será colocado na superfície exterior do laboratório orbital com ajuda de um braço robótico dirigido do interior da ISS pelos astronautas Jim Dutton e Stéphanie Wilson.



Depois, Mastracchio e Clayton poderão fixar o novo depósito. O velho tanque será devolvido à Terra a bordo do Discovery, cujo retorno ao Centro Espacial Kennedy, na Flórida, está previsto para as 9h29 (de Brasília) de domingo, dia 18 de abril.



Durante as mais de seis horas no exterior, os astronautas realizarão também outras tarefas para a manutenção da plataforma orbital. "O principal desafio da saída é a coordenação do trabalho entre pessoas e máquinas. É um autêntico trabalho em equipe. Stéphanie e Jim farão sua parte no interior da estação e Clayton e eu no exterior. Naturalmente, todas nossas tarefas serão coordenadas com a Terra", assinalou Mastracchio antes de partir.



Durante as três jornadas de trabalhos no exterior da estação, os astronautas retirarão, além disso, algumas bandejas de experimentos colocadas em missões anteriores e ajustarão um giroscópio na viga principal da estrutura.



A missão do Discovery era entregar à ISS o módulo multiuso "Leonardo", que contém uma série de compartimentos para a realização de experimentos científicos no espaço, assim como um setor dormitório e espaço para equipes.
Discovery chega à Estação Espacial
CABO CANAVERAL – O ônibus Espacial Discovery se acoplou com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS) hoje pela manhã depois que os astronautas superaram a falha na antena que cortou o rastreamento por radar.






O comandante da nave, Alan Poindexter, e sua equipe confiaram em outros instrumentos de navegação para realizar a manobra.




Estação Espacial vira berçário de borboletas (17/11/2009)

"Vocês estão com uma aparência linda", disse o astronauta japonês Soichi Noguchi, residente da ISS, enquanto o ônibus chegava carregada de suprimentos.





As duas estruturas se uniram a 356 km acima do Caribe. Esta foi somente a segunda vez que um ônibus espacial teve que se concetar à ISS sem nenhum radar; a primeira foi há dez anos.





Poindexter treinou para um imprevisto como este há duas semanas. Quando se aproximava, faltando 45 metros, ele passou um rádio “É muito divertido”.





O diretor de vôo Richard Jones disse que a viagem foi impecável. “A tripulação fez parecer fácil”, disse a repórteres.





A primeira providência dos 13 tripulantes totais, após a abertura das portas, foi transmitir imagens laser detalhadas da Discovery ao Centro de Controle de Houston.





A astronauta Stephanie Wilson entregou o drive do computador contendo todas as imagens do nariz e da cauda coletadas ontem. A equipe rapidamente começou a enviar arquivos, um processo que deve durar toda a manhã. A falha na antena impediu o envio imediato para a análise desses dados em solo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Brasil acumula um atraso de meio século na propulsão de foguetes espaciais em relação aos norte-americanos e russos. Para tentar dar um impulso no setor, há cerca de 15 anos o país iniciou um programa de pesquisa em propulsão líquida e que tem como base o etanol nacional.




O desafio do programa, liderado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), é movimentar futuros foguetes com um combustível líquido que seja mais seguro do que o propelente à base de hidrazina empregado atualmente. Esse último, cuja utilização é dominada pelo país, é corrosivo e tóxico.



O desafio da busca por um combustível “verde” e nacional também conta com o apoio de um grupo particular de pesquisadores, formado em parte por engenheiros que cursam ou cursaram o mestrado profissional em engenharia aeroespacial do IAE – realizado em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica e com o Instituto de Aviação de Moscou.



Liderado pelo engenheiro José Miraglia, professor da Faculdade de Tecnologia da Informação (FIAP), o grupo se uniu para desenvolver propulsores de foguetes que utilizem propelentes líquidos e testar tais combustíveis.



“Os propelentes líquidos usados atualmente no Brasil estão restritos à aplicação no controle de altitude de satélites e à injeção orbital. Eles têm como base a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio, ambos importados, caros e tóxicos”, disse Miraglia à Agência FAPESP.



Miraglia coordena o projeto “Desenvolvimento de propulsor catalítico propelente utilizando pré-misturados”, apoiado pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).



Na primeira fase do projeto, o grupo, em parceria com a empresa Guatifer, testou motores e foguetes de propulsão líquida com impulso de 10 newtons (N), com o objetivo de avaliar propelentes líquidos pré-misturados à base de peróxido de hidrogênio combinado com etanol ou querosene.



“Os testes mostraram que o projeto é viável tecnicamente. Os propulsores movidos com uma mistura de peróxido de hidrogênio e etanol, ambos produzidos em larga escala no Brasil e a baixo custo, apresentaram o melhor rendimento”, disse.



Segundo Miraglia, a mistura apresenta algumas vantagens em relação à hidrazina ou ao tetróxido de nitrogênio, usados atualmente. “Ela é muito versátil, podendo ser utilizada como monopropelente e como oxidante em sistemas bipropelentes e pré-misturados. O peróxido de hidrogênio misturado com etanol apresenta densidade maior do que a maioria dos propelentes líquidos, necessitando de menor volume de reservatório e, consequentemente, de menor massa de satélite ou do veículo lançador, além de ser compatível com materiais como alumínio e aço inox”, explicou.



Na segunda fase do projeto, o grupo pretende construir dois motores para foguetes de maior porte, com 100 N e 1000 N. “Nossa intenção é construir um foguete suborbital de sondagem que atinja os 100 quilômetros de altitude e sirva para demonstrar a tecnologia”, disse.



A empresa também está em negociações para uma eventual parceria com o IAE no projeto Sara (Satélite de Reentrada Atmosférica), cujo objetivo é enviar ao espaço um satélite para o desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas e especialidades, como biologia, biotecnologia, medicina, materiais, combustão e fármacos.



“Nosso motor seria utilizado na operação de reentrada para desacelerar a cápsula quando ela ingressar na atmosfera. Atualmente, não existe no Brasil foguete de sondagem a propelente líquido. Todos utilizam propelentes sólidos”, disse.



Kits educativos – O grupo também pretende produzir motores para foguetes de sondagem que tenham baixo custo. “Eles seriam importantes para as universidades, com aplicações em estudos em microgravidade e pesquisas atmosféricas, por exemplo”, disse Miraglia.



Em trabalhos de biotecnologia em microgravidade, por exemplo, pesquisas com enzimas são fundamentais para elucidar processos ligados a reações, fenômenos de transporte de massa e calor e estabilidade das enzimas. Tais processos são muito utilizados nas indústrias de alimentos, farmacêutica e química fina, entre outras.



“Queremos atingir alguns nichos, ou seja, desenvolver um foguete movido a propelente líquido que se possa ajustar à altitude e ser reutilizável. Esse é outro ponto importante, porque normalmente um foguete, depois de lançado, é descartado”, disse.



O grupo já construiu um motor de 250 N, que será utilizado em testes. Como forma de difundir e reunir recursos para o projeto, a empresa comercializa kits de minifoguetes e material técnico. “São direcionados principalmente para estudantes”, disse Miraglia.