segunda-feira, 30 de julho de 2018

Por que a Rússia não sairá da Síria tão cedo?

Bombas nucleares táticas - Pequenas e letais

Rússia pode vir a exportar corvetas com mísseis Kalibr para países do Pacífico

As corvetas do projeto 22800 (Karakurt) dotadas de mísseis de cruzeiro Kalibr serão apresentadas nos mercados dos países do Pacífico, declarou o vice-primeiro-ministro russo Yuri Borisov.
"Esses navios são um sucesso", assinalou Borisov, destacando a grande tonelagem das corvetas, bem como seu armamento. "O mais importante são os Kalibr", frisou. 
Estas corvetas têm um preço razoável, não são grandes, são compactas e de alta velocidade", acrescentou o vice-primeiro-ministro.
De acordo com ele, vários países, especialmente da região do Pacífico, ou seja, o Vietnã, China, Índia, podem vir a comprar estes navios que, segundo ele, possuem um bom potencial para serem exportados para estes países. 
Segundo adicionou o vice-primeiro-ministro, no momento, as corvetas estão sendo colocadas em serviço da Marinha russa.
O projeto 22800 foi desenvolvido pelo escritório de projetos navais Almaz. Estas embarcações, destinadas a levar a cabo missões em zonas marítimas distantes, possuem grande capacidade de manobra e excelente navegabilidade. Além disso, contam com a presença de tecnologias furtivas.
Os mísseis Kalibr têm um alcance superior a 2,5 mil quilômetros. Os Kalibr foram utilizados com êxito pela primeira vez em combate no decorrer da operação antiterrorista na Síria em outubro de 2015. 

Demonstração de força': jornalista americano comenta desfile militar da Rússia

O canal norte-americano CNN qualificou o desfile naval, dedicado ao Dia da Marinha da Rússia, como uma importante manifestação de força. Segundo a mídia, o presidente russo Vladimir Putin mostrou os modelos bélicos mais novos.
Nas últimas semanas, observa-se a melhoria nas relações entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que falaram sobre o desarmamento nuclear e estabelecimento dos laços entre os dois países, assinalou o correspondente do canal Frederik Pleitgen.
Acho que entre outras coisas, os russos mostram com essas manobras e, em especial, com o desfile de hoje, demonstração de força marítima, que 'vocês podem melhorar as relações conosco, mas devem entender que continuamos sendo uma potência militar muito forte'", disse o correspondente.
Entretanto, segundo o jornalista, com o desfile militar, o líder russo lembrou que os EUA não devem ignorar o seu poder militar na hora de estabelecer o diálogo sobre diversos assuntos.
"Nos últimos anos, os russos investiram muito tempo e dinheiro na modernização das suas Forças Armadas, e especialmente a Marinha. É isso o que agora estão demonstrando", ressaltou.
Entre os navios que participaram do desfile, o correspondente norte-americano destacou uma fragata furtiva, bem como o submarino apelidado de "assassino de porta-aviões".
"Em outras palavras, os russos dizem que, por um lado, querem melhorar as relações, algo muito difícil de conseguir agora, mas, por outro, mostram que as suas forças são modernizadas constantemente", concluiu Frederik Pleitgen.
Entretanto, a Rússia reiterou inúmeras vezes que o país não ameaça ninguém, nem planeja usar o potencial militar para fins ofensivos e agressivos. A doutrina militar da Rússia tem um caráter exclusivamente defensivo.
Neste ano, no principal desfile naval da Marinha participaram cerca de 4.000 militares das frotas dos mares Báltico, do Norte, Negro e do Cáspio, mais de 40 navios de guerra e 38 aeronaves da aviação naval.

G7 contra BRICS: quem vencerá a guerra comercial?

Na semana passada praticamente terminou a formação de duas alianças globais que deverão nos próximos anos lutar pelo domínio econômico.
O primeiro bloco consiste da União Europeia, EUA, Japão e seus aliados, preocupados com o crescente poder da China e da Rússia. No segundo estão as maiores economias emergentes, com intenção de acabar com a "ordem mundial unilateral". A Sputnik explica por que não foram realizados outros possíveis cenários e o que pode acontecer com o comércio mundial.
Amizade contra Trump
O BRICS não considera as guerras comerciais como grande problema, segundo as informações da cúpula realizada na semana passada.
A declaração de Joanesburgo contém 102 pontos e apenas quatro são dedicadas ao comércio internacional, sem mencionar os EUA ou Donald Trump. Mas é de notar que todas as controvérsias comerciais devem ser resolvidas apenas através da Organização Mundial do Comércio (OMC).
No entanto, as declarações dos políticos, expressas na véspera e durante a cúpula, dão uma imagem ligeiramente diferente.
 "O grande problema da comunidade mundial é a luta contra a ordem mundial unilateral […] Os países do BRICS são responsáveis pela formação de uma posição comum e por um posicionamento conjunto contra a ordem mundial unilateral", disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
Não há dúvida de que a coordenação de esforços na oposição à política comercial de Trump também foi discutida em uma reunião restrita entre o líder chinês e Vladimir Putin nos bastidores da cúpula do BRICS.
A China e a Rússia estão entre os países mais atingidos pelas ações da atual administração de Washington. Os EUA vão impor novas tarifas contra Pequim, e contra Moscou – novas sanções.
Uma nova surpresa do presidente dos EUA
Acidentalmente ou não, no dia da abertura da cúpula do BRICS, Donald Trump deu outro passo inesperado: em uma reunião com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ele concordou em discutir com a UE a abolição das tarifas no comércio bilateral.
"Hoje concordamos, em primeiro lugar, em trabalhar juntos para alcançar tarifas zero, zero de outras barreiras e zero de subsídios para produtos industriais, exceto a indústria automobilística […] Trabalharemos para reduzir as barreiras que impedem o crescimento do comércio e dos serviços, incluindo produtos químicos, farmacêuticos, médicos e soja", informou Trump.
Até o momento as partes concordaram em se abster de aplicar novas tarifas, inclusive a automóveis e peças de reposição europeus, embora antes Washington as pretendesse introduzir. Em resposta, a UE prometeu aumentar a compra de gás natural liquefeito e reduzir as barreiras comercias à importação de soja.
Inimigos do meu inimigo
Na verdade, o presidente norte-americano simplesmente não tinha outras opções. Sua tática de primeiro intimidar o parceiro, depois oferecer amizade em suas próprias condições não funcionou.
O primeiro fracasso foi com a China, quando Washington anunciou a aplicação de tarifas recorde aos produtos chineses e depois entrou em negociações com Pequim.
Como resultado, os chineses concordaram em aumentar a compra de produtos norte-americanos, incluindo gás natural liquefeito.
Os contornos de uma aliança comercial entre os EUA e a China eram claramente visíveis, o que preocupava muitos políticos. Afinal, essa aliança seria capaz de minar todo o comércio mundial.
No entanto, os falcões do Congresso dos EUA enterraram esse empreendimento, julgando logicamente que, em breve, os EUA se tornariam um parceiro menor nessa aliança.
Foi feita a Pequim uma exigência deliberadamente inaceitável: reduzir o programa de desenvolvimento do seu setor de altas tecnologias. E a guerra comercial eclodiu com novo vigor. Então Trump tentou forçar a Europa a ser amiga dele contra a Rússia, prometendo abolir as novas tarifas se o Velho Mundo se recusasse a construir o gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) e começasse a comprar gás liquefeito norte-americano. A Alemanha e a França rejeitaram com indignação essa proposta.
Depois disso, o teimoso presidente norte-americano tentou a normalização das relações com a Rússia. Um novo "resgate" com a perspectiva de fazer amizade com Moscou contra Pequim se tornaria uma boa alavanca para Washington pressionar a China e a Europa.
Novamente Kissinger
Conforme relatado pela revista The Daily Beast, referindo-se a fontes bem informadas, essa ideia pertencia ao mastodonte da política norte-americana, Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA.
Em uma série de reuniões informais, Kissinger persuadiu Trump a cooperar com Moscou para conter a China […] De acordo com sua estratégia, uma relação mais próxima com a Rússia e outros países da região ajudará a limitar o poder e a influência crescentes da China. Na administração presidencial esta proposta foi recebida com compreensão", escreveu a publicação.
As negociações com Putin em Helsinque estavam sondando o terreno sob uma hipotética aliança anti-China. Mas a histeria que se desenvolveu nos Estados Unidos sobre a "traição de Trump" pôs fim a este cenário. No final, não restou a Trump nada mais que restabelecer a amizade com a Europa sob o lema de conter a China e a Rússia.
Não é apenas Washington que tenta criar novas alianças. No início de julho, a China instou a União Europeia a agir em conjunto na Organização Mundial do Comércio contra a política comercial de Donald Trump. Esta iniciativa foi avançada em Bruxelas e Berlim pelo vice-premiê do Conselho de Estado, Liu He. Bruxelas não aceitou a oferta, suspeitando que Pequim estava tentando dividir o bloco ocidental. Depois disso, a principal esperança da China passou a ser o BRICS.
Por sua vez, a UE assinou um acordo de parceria econômica com o Japão em meados de julho. As partes pretendem eliminar gradualmente 99% das barreiras no comércio bilateral.
Em particular, o Japão abolirá os direitos sobre os produtos europeus — queijo, vinho, carne de porco. A União Europeia, por sua vez, reduzirá gradualmente de 10% para zero as tarifas de importação de carros japoneses.
Se os Estados Unidos realmente eliminarem as tarifas de importação no comércio com a Europa, terão que concluir um acordo similar com o Japão. Como resultado, uma aliança surgirá sob a liderança dos países do G7, que se oporá ao BRICS na guerra comercial mundial.
Ganhar por número
As chances de vitória neste confronto são determinadas pelas metas estabelecidas por cada lado. O G7 e seus satélites (Austrália, Coreia do Sul e outros) estão tentando desacelerar drasticamente o crescimento da influência global da China, restringindo o desenvolvimento da economia chinesa por meio de tarifas.
Ao mesmo tempo, eles estão tentando estimular suas próprias economias, eliminando as barreiras no comércio com seus aliados. O objetivo final deste grupo foi formulado por Trump na reunião do G7 em Quebec: "Devemos governar o mundo".
Os objetivos dos países do BRICS e seus aliados são muito mais modestos e, portanto, mais realistas — tornarem-se fortes o suficiente para não cumprir as regras que o Ocidente está impondo.
A principal vantagem do G7 é tecnológica. Mas a diferença pode ser drasticamente reduzida em resultado da implementação da estratégia chinesa "Made in China — 2025", que visa desenvolver o setor das altas tecnologias.
Por outro lado, a aliança dos países em desenvolvimento atrai constantemente novos parceiros. Deve-se notar que os presidentes da Turquia, Argentina e muitos países africanos participaram como convidados na cúpula do BRICS em Joanesburgo. O número de partidários da aliança está aumentando constantemente e é improvável que as guerras comerciais sejam capazes de impedir esta tendência.

Qual é a intenção da Turquia de se juntar ao BRICS? Analista explica

O desejo da Turquia de se juntar ao BRICS é explicado pelos interesses da república, que está interessada em desenvolver relações econômicas com a Rússia, segundo relatou Boris Dolgov, especialista do Centro de Estudos Árabes e Islâmicos.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu aos líderes do BRICS em Joanesburgo (África do Sul), que permitissem a adesão da Turquia ao grupo, informou o jornal Hurriyet Daily News
. Conforme relatado anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin disse que ainda não está planejado o aumento do número de países no grupo, mas observou que em perspectiva os líderes dos países do BRICS não descartaram a expansão do número de participantes. Ele acrescentou que os candidatos estão dispostos a ingressar no BRICS, mas todos os colegas da organização são cautelosos quanto a isso. Segundo o presidente russo, "a organização é aberta", mas a questão da adesão de novos membros requer "trabalho adicional".
"A Turquia tem expressado a intenção de se juntar a várias alianças econômicas em que a Rússia está presente. E agora esta declaração foi feita em relação ao BRICS. Em geral, este é um desejo natural turco, já que as relações com a Rússia e com os países do BRICS são suficientemente boas", comentou Dolgov. 
Além disso, segundo ele, os países do BRICS já declararam que a "aliança não visa opor-se a outras alianças econômicas ou políticas". Ao mesmo tempo, o desejo da Turquia de se tornar um membro do grupo não pode ser explicado pelo suposto afastamento dos Estados Unidos. 
"Se falar que a Turquia está se afastando da sua posição como aliada dos EUA, certamente, isso não é assim. A Turquia permanece sendo uma aliada dos EUA e membro da OTAN e não pretende sair da Aliança. Já em relação ao BRICS, é uma questão principalmente da direção econômica da Turquia, que está interessada no desenvolvimento das relações com a Rússia; esta é a direção da política turca na economia, por isso não há nada de novo, na minha opinião. Na economia, a Turquia coopera com a Rússia e com os países do BRICS, mas no setor político e militar, a Turquia continua sendo membro da OTAN", concluiu o analista.