quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Rússia está 'blindando' espaço aéreo da Síria

Assessor do Consórcio de Tecnologias Radioeletrônicas russo explica como as capacidades de defesa de Damasco serão fortalecidas após o incidente com o avião russo Il-20 na Síria.
Em 17 de setembro, um míssil S-200 do sistema de defesa antiaérea sírio abateu um avião russo Il-20 que estava regressando para a base de Hmeymim. O abate ocorreu quando quatro caças israelenses F-16 atacavam instalações sírias em Latakia.
Segundo o Ministério da Defesa russo, os pilotos israelenses usaram o avião russo como cobertura, deixando-o sujeito ao fogo do sistema antiaéreo sírio. Do incidente resultou a morte de 15 militares russos. A Defesa russa disse que a parte israelense não a tinha avisado sobre a operação planejada na Síria e que a responsabilidade pela derrubada do avião é totalmente de Tel Aviv.
Nessa conexão, Moscou tomou a decisão de fornecer a Damasco sistemas de defesa antiaérea para protegerem o espaço aéreo sírio e garantirem a segurança dos militares russos que prestam serviço no país árabe. A Rússia já entregou à Síria vários sistemas de defesa aérea S-300 e unidades de contramedidas eletrônicas.
Estes equipamentos já foram implantados na Síria. Trata-se, em particular, de sistemas contra drones e contra armamentos de alta precisão.
O assessor do vice-diretor-geral da empresa russa Consórcio de Tecnologias Radioeletrônicas, Vladimir Mikheev, explicou à edição russa Army Standard como esse equipamento aumentará as capacidades defensivas do país.
O especialista disse que este equipamento tem sido usado para coletar informações, mas que, a partir de agora, as unidades passarão a estar em regime de alerta.
Por isso, já não será possível como antes voar pela área com total impunidade e bombardeá-la ", declarou.
Em particular, ele alertou que os meios de guerra eletrônica permitirão neutralizar a atividade de aeronaves, bombas e mísseis.
O assessor especificou que a Rússia está agora criando na Síria um sistema similar ao que existia na URSS:
"Todos sabiam que ninguém, exceto a URSS, tinha uma defesa antiaérea semelhante, que incluía um radar para todas as altitudes, um sistema de mísseis de curto e longo alcance e a proteção dos próprios sistemas".
Se os objetivos do avião parecerem maliciosos, serão tomadas medidas eletrônicas. Ou seja, a aeronave suspeita perderá a comunicação e a navegação e não poderá transmitir dados para sua base terrestre ou outros aviões.
Se a aeronave, mesmo "cega", continuar o voo, os sistemas de defesa enviarão um sinal para identificá-la como "amigo ou inimigo". No caso de o avião ser determinado como inimigo, seu piloto receberá um aviso de que está na mira.
Supondo que a aeronave entra na área proibida apesar de todas as advertências, seus sistemas de controle serão bloqueados. No final, se o comportamento ameaçador for mantido, os militares podem usar armas contra o avião, conclui o especialista.
É assim que funcionam os sistemas clássicos de defesa antiaérea, que possuem capacidades significativamente melhores que os sistemas móveis autônomos.

Nenhum comentário: