domingo, 15 de outubro de 2017
Como é o escudo antiaéreo russo que nenhum inimigo conseguirá superar?
O exército russo começou a testar as versões navais dos sistemas de mísseis antiaéreos mais avançados. Desde a Segunda Guerra Mundial, as armas antiaéreas desempenharam uma das funções mais importantes, não só na defesa de cidades contra bombardeios, mas também no campo de batalha para interceptar aeronaves de ataque.
Em seu artigo para Russia Beyond, o jornalista Igor Rozin fez uma compilação dos sistemas de defesa antiaérea mais marcantes de todo o arsenal das Forças Armadas russas.
Em seu artigo para Russia Beyond, o jornalista Igor Rozin fez uma compilação dos sistemas de defesa antiaérea mais marcantes de todo o arsenal das Forças Armadas russas.
ZSU-23-4 Shilka
Apesar de sua idade avançada (foi projetado em 1964), este sistema antiaéreo autopropulsado continua sendo uma das invenções russas mais famosas do século XX, frisa o autor.
Ao longo de mais de 50 anos, este sistema provou ser excelente nos conflitos na África, Vietnã, Afeganistão e Oriente Médio. Um único disparo dos seus 4 canhões de 23 milímetros rasga completamente qualquer alvo, como se fosse uma adaga. Possuindo uma cadência de cerca de 3.400 tiros por minuto, ele cria um potente fluxo de fogo que atinge com seus projéteis tudo o que encontra no seu caminho", escreve Rozin.
O colunista relembra que esse canhão letal foi usado não só contra alvos inimigos voando a baixa altitude (aeronaves de ataque e helicópteros), mas também contra veículos blindados leves, por exemplo, durante a Guerra do Afeganistão.
Uma vez que os projéteis de Shilka de 23 mm se tornaram inadequadas para possíveis combates contra blindagens mais potentes, na década de 1980 o exército soviético recebeu uma nova arma da defesa antiaérea com projéteis de 30 mm.
2S6M1 Tunguska-M1
A primeira arma desse tipo era o sistema de defesa antimíssil Tunguska, que combinou mísseis guiados com dois canhões 2A38M de 30 mm. Estes, por sua vez, criavam uma barreira impenetrável de 5.000 tiros por minuto.
Ao contrário do seu antecessor, a nova arma, apresentada em 1982, podia disparar em andamento, bem como derrubar aviões e helicópteros a uma altitude de até 10 km com seus mísseis.
"Ao longo do tempo, o Tunguska sofreu uma série de alterações e modificações para que pudesse enfrentar novos desafios e hoje em dia continua sendo compatível com as armas de defesa antiaérea mais formidáveis do país, incluindo o mais recente Pantsir-S1", assegura Rozin.
A 'armadura' antiaérea da Rússia
Rozin explica como está organizado o sistema de defesa antimíssil no país eslavo.
A primeira linha de defesa é da responsabilidade do sistema de defesa antiaérea S-400, que pode 'ver' e derrubar todos os alvos aéreos em movimento a uma distância de 400 km. Se, por algum motivo, os aviões ou mísseis inimigos conseguirem atravessar esse anel defensivo externo, eles seriam 'recebidos' pelo sistema de mísseis antiaéreo Pantsir-S1, que é armado com armas automáticas de dois canhões duplos de 30 mm e 12 mísseis guiados 57E6-E", assinala.
Desse modo, atualmente o sistema Pantsir (em russo, essa palavra significa "armadura") é considerado como a última linha de defesa de instalações civis, bases militares e tropas no campo de batalha.
"As armas deste sistema foram projetadas para destruir mísseis que voem inclusive a velocidades hipersônicas (mais de 6.000 km/h), a uma distância de até 20 km e a uma altitude entre 15 metros e 15 km", especificou.
O autor sublinha que este sistema é diferente dos seus predecessores soviéticos, pois é quase totalmente automatizado. O sistema de defesa antiaérea e os computadores lá instalados detectam alvos de forma independente, destruindo assim as últimas ameaças que possam ter sobrevivido milagrosamente ao escapar dos sistemas S-400 e Tor-M2.
Nova ameaça: Coreia do Norte pode estar preparando novo lançamento de míssil
Os serviços de inteligência dos EUA e da Coreia do Sul registraram sinais de preparação de novos lançamentos de mísseis por parte da Coreia do Norte.
De acordo com uma publicação divulgada na mídia sul-coreana, o movimento de lançadores móveis conseguiu ser fotografado por satélites norte-americanos em quatro regiões da Coreia do Norte.Foi relatado que a Coreia do Norte pode testar vários tipos de armas, incluindo o míssil balístico de médio alcance Hwaseong-12. A publicação também não exclui que a Coreia do Norte possa lançar simultaneamente vários mísseis realize um teste do míssil balístico intercontinental Hwaseong-13, cujas características ainda não foram especificadas.
Anteriormente, Seul havia informado que Pyongyang poderia realizar mais uma provocação entre 10 e 18 de outubro, período em que a Coreia do Norte celebra o aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores no país.
A situação na Península Coreana vem se agravando nos últimos meses por causa de lançamentos de mísseis e testes nucleares por parte da Coreia do Norte, os quais violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Com essa arma, Pentágono pode destruir 'qualquer alvo no planeta' em 60 minutos
No ano 2020, os Estados Unidos receberão os sistemas de Ataque Global Imediato (PGS na sigla em inglês). A criação dos meios para este programa "é apenas outro fator que confirma a intenção de Washington de destruir o atual equilíbrio de forças", disse Alexandr Yemelyanov, representante do Ministério da Defesa da Rússia.
O PGS (Prompt Global Strike) são sistemas não nucleares de alta precisão que permitem atacar qualquer alvo no planeta apenas em 60 minutos a partir do momento em que foi tomada a decisão.
Os objetivos desses sistemas são os lançadores de mísseis balísticos móveis e estacionários, postos de comando e instalações nucleares, dado que atualmente se conhecem três tipos de instalações de PGS.
O primeiro é composto de mísseis balísticos intercontinentais convencionais, equipados com blocos não nucleares de alta precisão, incluindo ogivas guiadas individualmente.
O segundo é constituído por mísseis de cruzeiro hipersônicos estratégicos.
Finalmente, o terceiro tipo inclui as armas cinéticas: as chamadas "barras de Deus" de tungstênio que têm entre 5 e 10 metros de comprimento.
Lançado a partir do espaço, um projétil desse tipo que atinge a superfície da Terra no ponto desejado proporciona um impacto de energia equivalente à explosão de cerca de 12 toneladas de TNT, isto é, trinitrotolueno. Contudo, esta opção estará supostamente ainda a ser concebida nos Estados Unidos.
O objetivo final dos sistemas PGS é atacar qualquer parte do mundo em uma hora", especificou Viktor Murakhovsky, membro do Conselho de Especialistas da Comissão Militar e Industrial da Rússia e editor-chefe da revista russa Arsenal Otechestva, ao jornal Svobodnaya Pressa.
O analista observou que nem qualificaria os mísseis balísticos intercontinentais não nucleares como um meio de PGS. "Este tipo de míssil está sujeito às restrições do START-3 [Tratado de Redução de Armas Estratégicas], e é tecnicamente impossível distinguir os mísseis nucleares e convencionais deste tipo", acrescentou.
Portanto, o analista adianta que, quando o Pentágono fala sobre os complexos do PGS, "se trata de armas hipersônicas". No entanto, não está claro até que ponto os norte-americanos fizeram progressos a este respeito, acrescentou.
Conhece-se, por exemplo, o Boeing X-37B estadunidense, uma aeronave orbital experimental projetada para testar as tecnologias futuristas.
Oficialmente, a Força Aérea dos Estados Unidos declara que as tarefas do Boeing X-37B têm a ver com as tecnologias reutilizáveis de naves espaciais.
"Na verdade, este avião espacial permite resolver o problema de alcançar qualquer ponto do planeta em uma hora", explica o especialista.
Além disso, em 2020, Lockheed Martin promete criar uma versão operacional do SR-72, um promissor avião não tripulado hipersônico, que poderá alcançar velocidades até Mach 6 (ou seja, até 6.900 km/h). As aeronaves hipersônicas equipadas com mísseis hipersônicos também poderão atingir o alvo em menos de uma hora.
Outro elemento importante do PGS é o sistema de defesa antimíssil. O especialista observou que, em termos militares, se apagam os limites entre os sistemas de ataque e os de defesa.
"À velocidade hipersônica, os explosivos na ogiva são simplesmente desnecessários. Quando a velocidade de colisão com um alvo excede 10 km/s, a substância se torna em energia pura quase instantaneamente", pormenorizou Murakhovsky.
Com base nesse princípio operam alguns dos sistemas de defesa antimíssil estadunidenses, tais como o Ground-Based Interceptor (GBI, Interceptor Baseado no Solo) e o sistema de defesa antimíssil móvel THAAD.
Teoricamente, o GBI pode interceptar ogivas de mísseis balísticos intercontinentais, ou seja, alvos que seguem uma trajetória balística a uma velocidade de 7 km/s, fazendo-o na fronteira da atmosfera com o espaço a uma altitude entre 120 e 200 km.
O THAAD também opera contra alvos balísticos que têm uma velocidade de voo de entre 3 e 3,5 km/s (nas versões mais recentes, até 5 km/s). Trata-se de mísseis tático-operacionais da chamada faixa intermediária.
"O elemento de combate desses sistemas antimíssil é, na verdade, uma barra de metal", esclareceu o analista.
Segundo Murakhovsky, as armas hipersônicas também poderiam ser equipadas da mesma maneira. Então eles poderiam atacar do espaço, ou das camadas superiores da atmosfera, jogando uma barra de metal, em vez de uma bomba, contra o alvo. A uma velocidade de Mach 6-8, esta barra colidiria contra o alvo, produzindo um impacto comparável com a explosão de uma bomba de grande calibre, disse o especialista.
A Rússia, por sua vez, leva em consideração essas ameaças e implanta um complexo de sistemas de contração. Primeiro, é o sistema de alerta de ataque de mísseis, tanto terrestre quanto espacial, observou Murakhovsky.
Além disso, o país está "melhorando as armas de fogo e, acima de tudo, o sistema universal antiaéreo e antimíssil S-500, capaz de operar contra alvos hipersônicos e balísticos, bem como os no espaço próximo".
Finalmente, a Rússia está se debruçando sobre a criação do promissor sistema de defesa antimíssil Nudol. No entanto, concluiu o especialista, é proibido revelar algo mais sobre este processo.
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