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terça-feira, 4 de julho de 2017

Venda de armas ao Brasil: uma história com mais furos do que queijo suíço

Reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" põe por terra a famosa neutralidade da Suíça. O jornal teve acesso a documentos do governo suíço, mostrando que o país autorizou diversas empresas do país a vender armamentos ao Brasil durante o regime militar nos anos 70, apesar das denúncias de tortura, assassinatos e repressão contra movimentos sociais.

Companhias suíças como a Crypto,  Oerlikon-Buhrle e Mowag embarcaram para cá uma série de itens como baterias antiaéreas, sistema de criptografia, granadas e peças para blindados. Essas compras aumentaram depois que o então presidente americano Jimmy Carter rompeu o acordo militar que havia entre Estados Unidos e Brasil, suspendendo assim a venda de armamento e a assessoria militar dos americanos.
Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Nelson Düring, jornalista e editor do DefesaNet, uma das maiores referências no Brasil sobre indústria bélica, lembra que a Suíça tinha um sistema de canhões de defesa antiaérea de 35 milímetros que o Exército comprou, adquirindo cerca de 30 sistemas para formar três ou quatro grupos de defesa antiaérea que serviam para proteção das refinaria da Petrobras.
Eles mencionam a Crypto como fornecedora de armamento, mas ela é fornecedora de equipamentos de criptografia para a Marinha e talvez até a Marinha tenha comprando para o Itamaraty. A Suíça sempre foi uma fornecedora de equipamento de alta tecnologia, e essas empresas desenvolveram equipamentos militares de ponta e venderam." 
O especialista lembra que muitos países que vendem armamentos têm internamente alguns conflitos de ética, como Suíça e Suécia que podem vender seus equipamentos para um país cliente, que cumpre com todos os requisitos de confiabilidade, e que, em determinado intervalo de tempo, tenham alterado essa realidade em função de troca de governo. Por isso, During diz que há sempre um risco, na área de defesa, nesse tipo de transação, como acontece com frequência em países da África e do Oriente Médio, por exemplo. "De repente você não sabe nem onde o esquipamento está. Isso aconteceu muito com os sistemas de mísseis que geram um problema enorme para quem vendeu."
During lembra que a Suíça já foi um país importante em termos de tecnologia militar. Hoje ela tem repassado algumas empresas para controle alemão. Na própria Suíça, ela produziu carros de combate. As armas portáteis, o equipamento para o exército são produzidos na Suíça.
"A Glock, por exemplo, é uma empresa suíça. Eles procuram estar ativos no mercado de armamentos. Aquelas montanhas ajudam a preservar o terreno, mas eles têm uma força aérea um exército bastante efetivos, sabem que ser neutros não significa não terem forças armadas. Em alguns momentos patrulhas aéreas são feitas nas fronteira da França e da Itália", observa o especialista.
O editor do DefesaNet lembra que no mercado de armamentos é comum que o comprador assine um termo de "usuário final", pelo qual se compromete a ser o proprietário e se responsabilizar pela guarda do equipamento e não repassá-lo a terceiros. Esse repasse é uma penalidade bastante grave, independentemente ser país aliado ou não. During garante que todos os equipamentos citados pela reportagem do "Estadão"eram de fabricação suíça, não tendo havido repasse ao Brasil de armas fabricadas por outros países.
"São canhões antiaéreos da Oerlikon-Buhrle, que hoje estão desativados por que o Exército não sabe o que vai fazer: se vai modernizá-los ou desativá-los. Eles eram usados aqui em três grupos de artilharia antiaérea. Era uma questão mais estratégica (não ligada à ameaça terrorista), porque o Brasil não tinha um sistema de mísseis e a nossa força aérea tinha muita limitação. Mais ou menos nesse período, de 1975 a 1978, foram feitas várias compras na Inglaterra, na Suíça e nos Estados Unidos. Nesse período também houve um incentivo à indústria de defesa no Brasil, que teve um bom sucesso nos anos 80 com a Engesa, Embraer e a Avibrás, empresas que foram uma resposta a esse embargo americano", diz During, negando que tenha havido, à época, transferência de tecnologia nessas transações.

Novo blindado russo Bumerang já é considerado como 'inviolável'

O novo blindado Bumerang representa um salto na engenharia, disse o diretor-geral da empresa VPK (Voyenno-Promyshlennaya Kompaniya), Aleksandr Krasovitsky, que produz o veículo.

Ele acrescentou que o blindado possui algumas das mais modernas tecnologias.
Assim o novo blindado pode ser tripulado à distância. Além disso, pode ser equipado com sistemas de defesa e armas de alta precisão. 
É um blindado "praticamente inviolável", de acordo com Krasovitsky. 
Segundo ele, o Bumerang é capaz de cumprir um maior espetro de missões em comparação com o seu antecessor. 
Krasovitsky acrescentou que o veículo está passando os testes, após os quais vai ser fornecido ao exército. 

Que chances têm mísseis hipersônicos chineses contra porta-aviões norte-americanos?

Armas da China e Rússia estão entre as que colocam em perigo os navios de guerra dos EUA, opina analista.

Em seu artigo para revista The National Interest, o especialista Kris Osborn afirma que a Marinha norte-americana poderá ter problemas sérios devido ao desenvolvimento dos mísseis hipersônicos. O perigo principal é que os porta-aviões se movem muito lentamente.
Osborn aponta para a existência de programas de países como a China, com seu míssil DF-ZF, e a Rússia, que estão desenvolvendo atualmente armamento hipersônico, e acrescenta que existe uma tendência notória e um interesse de outras nações em ostentar tecnologias hipersônicas. Por isso, a Força Aérea dos EUA está acelerando seus programas desse tipo de armas, com o objetivo de combater qualquer ameaça.
De acordo com fontes militares citadas pelo especialista, enquanto um míssil de cruzeiro voa a uma velocidade de 956 quilômetros por hora, as armas hipersônicas serão capazes de atingir velocidades de mais de Mach 5 (5 vezes a velocidade do som).
Nesse sentido, os Estados Unidos progrediram há vários anos no desenvolvimento de aeronaves e mísseis hipersônicos, adiciona Osborn. Entre os novos armamentos, o analista destaca o X-51 Waverider, um míssil de cruzeiro hipersônico.
Osborn também acrescenta, citando o chefe científico da Força Aérea dos EUA, Geoffrey Zacharias, que os voos não tripulados a velocidades hipersônicas poderiam ser uma realidade em 2030, e o seu uso múltiplo não será possível até pelo menos 2040.
"Uma vez que os veículos hipersônicos podem viajar em uma trajetória de voo do tipo parabólico, que se elevam muito alto na atmosfera para atingir velocidades hipersônicas antes de retornar a altitudes mais baixas, o desenvolvimento de aviões não tripulados recuperáveis é muito mais difícil dado o nível de autonomia necessário para os veículos hipersônicos na descida", aponta o especialista.
As vantagens de voo de um avião hipersônico não tripulado seriam principalmente a velocidade e o aumento do poder de destruição, concluiu Kris Osborn.

Programa espacial da China: de fracassos a voos tripulados

Nas décadas passadas, a China tem alcançado um grande progresso na área da economia, bem como nos seus projetos espaciais.

A construção de novos centros para lançamentos espaciais, as ambições de lançar missões à Lua e Marte e voos regulares fazem rapidamente da China um sério concorrente à Rússia e aos EUA no espaço.
O recente lançamento do veículo de lançamento pesado chinês Changzheng 5 (Longa Marcha 5) do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na província de Hainan, já é o segundo desde novembro de 2016 e atraiu uma enorme atenção da mídia mundial.
O foguete Changzheng 5 devia levar à órbita o satélite de telecomunicação Shijan-18. Por volta de 30 minutos depois do início do lançamento, algo aconteceu de errado e a agência Xinhua relatou que "ocorreu uma anomalia durante o voo do foguete".
O incidente agora está sendo investigado e as autoridades ainda não comentaram as possíveis razões do incidente e o possível impacto dele no programa em geral.
O especialista russo Aleksandr Zheleznyakov comentou o acontecimento ao serviço russo da Rádio Sputnik.
A avaria aconteceu durante o segundo lançamento do foguete, por isso isto ainda é de fato um período experimental. Durante esses voos de teste tudo pode acontecer. Não quero tirar quaisquer conclusões preliminares, porque agora não se sabe nem a causa do acontecimento, nem as medidas necessárias para lidar com o problema. Acho que é um processo normal na área da tecnologia espacial", disse Zheleznyakov.
Segundo o especialista, a situação não vai afetar gravemente o programa espacial chinês em geral. Ele lembrou que a China está desenvolvendo ativamente seu programa espacial.
"Desenvolvendo seu programa espacial, a China agora ocupa o terceiro lugar no mundo, cedendo apenas para a Rússia e os EUA. Tendo em conta os ritmos de desenvolvimento, podemos dizer que eles não tencionam perder posições. Os chineses há muitos anos que aprendem conosco [os russos] e com os americanos. Eles têm copiado muitas tecnologias. Mas agora eles estão realizando um avanço, eles criaram sua própria escola. [A China] é um concorrente sério", concluiu o especialista.