sábado, 9 de fevereiro de 2013

Aero India 2013: perspectivas de cooperação


Na base das Forças Aéreas indianas de Bangalore abriu-se a exposição Aero India 2013, que tradicionalmente goza de um interesse ativo por parte de fabricantes e fornecedores russos de armas e equipamentos militares. Tendo em conta o crescimento dos orçamentos militares dos países da Ásia-Pacífico, o papel das feiras de armamento asiáticas só irá aumentando.

Execução de contratos antigos à expectativa de contratos novos
Os mercados asiáticos já são tradicionalmente considerados como "domésticos" dos produtores russos. No período pós-soviético, a China, a Índia e o Sudeste Asiático vêm assegurando uma importante porção da demanda externa de armas russas, e o processo de modernização das Forças Armadas dos países da Ásia, obviamente, irá continuar. Entre os parceiros asiáticos da Rússia, a Índia ocupa um lugar de destaque: a cooperação com este país começou ainda na década de 1960 e segue continuando sem parar até a data. No entanto, não valeria a pena esperar que a presente edição da exposição de Bangalore trouxesse novos contratos recordistas, pois a Rússia associa as principais perspectivas neste mercado de armamentos com a aparição, nos próximos anos, de equipamentos de nova geração.

Hoje em dia, a Federação da Rússia e a Índia continuam a cooperação executando os contratos anteriormente assinados, incluindo os mais recentes. Assim, em dezembro de 2012 foi fechado um contrato de fornecimento à Índia de mais 42 kits para a ensamblagem de jatos Su-30MKI. Para o presente momento, o pacote de encomendas do Su-30MKI para a Força Aérea da Índia totaliza 250 aparelhos, dos quais 150 já foram entregues.
A cooperação irá continuando também na área de helicópteros: os Mi-17, máquinas bem experimentadas e seguras, seguem sendo fornecidos para as Forças Armadas indianas, e espera-se que, num futuro próximo, haverá outro contrato para prover desses aparelhos o Ministério do Interior da Índia. Podemos lembrar igualmente a cooperação assaz ativa com a Marinha indiana, que vai de reparação de submarinos construídos na Rússia na década de 1990 a entrega do porta-aviões Vikramaditya que se espera neste ano.
O desenvolvimento conjunto do caça de quinta geração do projeto T-50/FGFA promete ser, nos próximos anos, o processo mais interessante no quadro de cooperação entre a Rússia e Índia. Na década de 2020, a Força Aérea da Índia deverão receber 200 a 250 aeronaves deste tipo. O valor do programa, compreendendo a manutenção de máquinas e o fornecimento de equipamentos e armas, pode exceder 40 bilhões de dólares.
Esperanças depositadas na defesa antiaérea
A defesa antiaérea da Índia segue sendo tradicionalmente uma "coisa em si". Nesta matéria os indianos fazem aposta em seus próprios desenvolvimentos e na parceria com Israel. No entanto, a Rússia irá tentar a sorte na próxima concorrência, oferecendo à Índia uma versão de exportação do S-300V4, um dos melhores sistemas de defesa antimíssil existentes hoje, destinados à interceptar mísseis de curto e médio alcance.
Ainda é cedo dizer quão bem sucedida seria essa licitação para a Rússia: a experiência patenteia que uma concorrência indiana corretamente organizada pode durar, da convocação até a atribuição da encomenda, uns dez anos.
Desenvolvimentos conjuntos
A Índia, bem como outros grandes países emergentes, está interessada, em maior grau, em desenvolvimentos conjuntos do que no fornecimento de armas em si. Hoje em dia, dentre os projetos conjuntos russo-indianos, para além do já referido T-50 que é, incontestavelmente, o êxito absoluto do programa de cooperação, pode-se destacar os mísseis BrahMos, incluindo o hipersônico BrahMos-2, e o avião multifuncional de porte médio Il-214 (MTA).
Esses projetos também têm um período de execução bastante longo e serão dispendiosos em termos de recursos materiais e financeiros. No entanto, a cooperação com a Rússia constitui hoje para a Índia uma das poucas oportunidades de obter acesso a tecnologias militares modernas, e sem sérias limitações que impõe a cooperação com a UE e os EUA. Por outro lado, para a Rússia, é uma oportunidade de ganhar dinheiro através de exportações e desenvolvimentos de altas tecnologias, e sem aqueles danos que muitas vezes acarreta a cooperação similar com a China.
VOZ DA RUSSIA ..SNB

Russo de Defesa Aérea Systems (Almaz Preocupação Antey)

SNB...REPLEY

TOR M2E TOR M2 SA 15D

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Pantsir-S1 Defesa Aérea Sistema de Mísseis / Gun (ЗРПК "ПАНЦИРЬ-С1")

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Exportações de armas russas ultrapassaram US$ 15 bi em 2012


A Rússia continua a ser o segundo maior exportador de armas do mundo, somando um total de US$ 15,13 bilhões em exportações em 2012, dois bilhões a mais do que no ano anterior. Se o porta-aviões Vikramaditia, construído para a Marinha indiana, tivesse alcançado êxito nos testes e sua entrega não fosse adiada para o outono de 2013, o valor das exportações de armas russas teria ultrapassado os US$ 17 bilhões no ano passado.
Embora a Rússia siga atrás dos EUA, que apresenta um valor de exportação militar três vezes superior, a tendência atual, tanto em valor como volume físico, está satisfazendo o governo e os dirigentes da indústria armamentista nacional. A perda dos contratos com a Líbia e a suspensão dos acordados anteriormente firmados com Irã e Síria não tiveram impacto negativo sobre as exportações russas. A verdade é que, intimidados com revoluções árabes, os países emergentes estão aumentando as compras de equipamento militar.
China e Índia também ampliaram as verbas destinadas às compras de armas russas, além dos grandes e antigos consumidores como Argélia, Venezuela, Vietnã, Indonésia. No ano passado, a lista de clientes da indústria armamentista russa foi incrementada pelo Azerbaijão, Iraque e até mesmo os EUA, que manifestaram interesse em comprar 70 helicópteros para o exército afegão.
De acordo com um relatório produzido pelo Congresso norte-americano, a Rússia aprendeu a ser mais flexível nos contatos com os clientes nos últimos anos, oferecendo-lhes condições de pagamento favoráveis.
O relatório descreve ainda a disponibilidade da Rússia para fechar acordos de produção de suas armas sob licença com a Índia e a China. A empresa Rosoboronexport, única exportadora autorizada de armas e equipamentos militares da Rússia, assinou um contrato com a China no ano passado para a entrega de 52 helicópteros de carga Mi-171E por US$ 600 milhões.
Paralelamente, os observadores também apontam os riscos decorrentes dessa relação com a China, como engenharia reversa e reprodução não autorizada de sistemas estrangeiros. Em 2011, por exemplo, a China começou a fabricar o caça J-16 com base na aeronave russa Su-30MK2, adquirida em meados dos anos 2000.
Armas cobiçadas
Para saber quais armas russas são mais requisitadas mundo afora, a revista “Forbes” comparou as estatísticas do Centro de Análise do Comércio Mundial de Armas e do Congresso norte-americano no período entre 2008 e 2012:Entre 2008 e 2011, a Rússia exportou 7.750 sistemas de mísseis antiaéreos; os EUA, 944, e a Europa Ocidental, 290. No ano passado, o país vendeu 42 sistemas de mísseis e canhões antiaéreos Pancir-S1 ao Iraque, no valor de US$ 4,2 bilhões. Os iraquianos se dispõem ainda a comprar até 30 helicópteros de ataque Mi-28NE e, possivelmente, caças MiG-29M/M2..Entre 2008 e 2011, a Rússia vendeu 570 tanques e 490 veículos blindados para países estrangeiros; os EUA, 348 tanques e 234 veículos blindados, e a Europa Ocidental, 360 e 470, respectivamente. No ano passado, a Rosoboronexport assinou um contrato com o Ministério da Defesa da Indonésia para o fornecimento de 37 veículos blindados BMP-3F, no valor de US$ 114 milhões, e um contrato de cerca de US$ 600 milhões com a Índia para fornecer sistemas antitanque Invar e Konkurs-MNesse mesmo período, a Rússia exportou 180 aviões de combate, 3,3 vezes mais do que os Estados Unidos. Em 2012, os russos fecharam um contrato no valor de US$ 1,5 bilhão com a Índia para o fornecimento de componentes usados na montagem de 42 aviões de caça Su-30MKI e um contrato de desenvolvimento conjunto de um avião de transporte multimissão. Além disso, a Rússia assinou um contrato de fornecimento de motores para caças Su-27/30 com a China.No período de 2008 a 2011, a Rússia vendeu 270 helicópteros aos países em desenvolvimento. Nessa mesma época, os EUA venderam apenas 52 aeronaves, enquanto a Europa Ocidental, 110. No ano passado, a Rússia assinou um contrato para o fornecimento de 52 helicópteros Mi-171E (cerca de US$ 600 milhões) à China e 10 helicópteros Mi-17V-5 aos EUA, com destino ao exército afegão.Entre 2008 e 2011, a Rússia vendeu 220 sistemas antimísseis; os EUA, 176, e a Europa Ocidental, apenas 60. Em 2012, os russos venderam duas fragatas do projeto 11356 (no valor de cerca de US$ 1 bilhão) para a Índia, que também alugou o submarino nuclear de ataque russo Nerpa, rebatizado de INS Chakra.
 Igor Popov, Forbes.ru..SNB