quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

INVASÃO ALIENÍGENA

A série HNo thriller de ficção científica “Guerra dos Mundos”, os terráqueos lutam pela sobrevivência contra os invasores alienígenas. Mas será que um ataque aniquilador promovido por uma frota avançada que viaja pelo espaço é apenas fantasia ou se trata de um cenário baseado em estudos científicos? 

Em Invasão Alienígena, alguns dos cientistas norte-americanos mais renomados se reúnem para investigar os efeitos nos seres humanos do contato com uma raça alienígena avançada. 

Saiba como astrofísicos, projetistas de armas, estrategistas militares, biólogos e antropólogos estão se preparando para uma invasão alienígena real e conheça o plano de defesa dos seres humanos.

EUA apreensivos com publicação de estudo sobre vírus mortal


A versão on-line do jornal britânico "Independent" publicou nesta terça-feira uma reportagem alarmista sobre a descoberta por cientistas europeus de um vírus mortal da gripe aviária que poderia provocar uma pandemia mundial e ser usado por grupos terroristas.
Os pesquisadores do laboratório Centro Médico Erasmus de Roterdã (Holanda) afirmam terem desenvolvido uma versão mutante do H5N1 --o vírus da gripe aviária-- e demonstraram que querem publicar o estudo liderado pelo virologista Ron Fouchier.
O governo dos Estados Unidos, por sua vez, diz o jornal britânico, estaria consultando um grupo de especialistas quanto ao perigo de se divulgar um estudo como esse.
O artigo seria publicado no "American Journal of Science", mas o US National Science Advisory Board for Biosecurity (conselho consultivo dos EUA para assuntos sobre biossegurança) considera o bloqueio do estudo.
Uma fonte do conselho, que não se identificou, disse ao jornal britânico que o NIH (sigla de Instituto Nacional da Saúde), patrocinador da pesquisa, está decidindo o que será publicado e quanto deve ser omitido.
"Há áreas da ciência em que a informação precisa ser controlada", acrescentou, citando como exemplo a produção de armas nucleares.
Alguns cientistas também questionam se a pesquisa deveria ter sido conduzida por um laboratório universitário ao invés de um militar.
O vírus mutante do H5N1 poderia ser transmitido pelo ar após tosses e espirros de doentes. Até agora, sabia-se que o contágio pelo H5N1 só se dava entre humanos depois de um contato físico mais estreito.
Cerca de 60% dos infectados com o vírus da gripe aviária --mais de 350 pessoas no mundo todo-- morreram. O contágio foi, entretanto, limitado porque o H5N1 não é transmitido facilmente entre humanos.
Os críticos dizem que o vírus pode se espalhar para além do laboratório onde foi criado ou correria o risco de ser usado por terroristas, que o replicariam.
Uma segunda equipe de cientistas, das universidades de Wisconsin e Tóquio, trabalharam em pesquisa semelhante coordenada por Yoshihiro Kawaoka e chegaram a resultados semelhantes aos obtidos por seus colegas europeus, mostrando que o vírus mortal poderia ser facilmente criado.
Segundo Fouchier, a sua pesquisa, do ponto de vista científico, seria vital para o desenvolvimento de novas vacinas contra a gripe aviária.

Rússia lança plano de defesa antimísseis em resposta a escudo americano


Por Ruslán Púkhov, analista militar – diretor do Centro de Análise, estratégia e tecnologia
Tendo em vista a construção de um escudo antimísseis pelos EUA, o governo russo pretende construir seu próprio sistema de defesa antimísseis
A motivação fundamental dos esforços dos EUA para o desenvolvimento de seu escudo antimíssil é seu desejo de garantir a segurança total da parte continental do país. Esse desejo determina também sua mentalidade estratégica e sua política para a segurança nacional.
No entanto, o nível de desenvolvimento tecnológico e econômico do mundo atual é tal que hoje não é possível criar uma proteção segura contra um ataque maciço de mísseis nucleares. Por isso, os EUA decidiram avançar rumo ao alcance de seu objetivo por etapas e instalar primeiro um sistema de defesa antimíssil “limitado, antes da construção de um sistema de defesa antimíssil em grande escala para proteger todo o continente norte-americano contra ataques de mísseis nucleares.As tentativas de construção de um escudo antimíssil americano (por enquanto, apontado contra as armas nucleares do Irã e da Coréia do Norte) são no momento experimentais e devem lançar uma base tecnológica para o futuro desenvolvimento de um pleno sistema de defesa antimíssil de todo o território dos EUA.
Por que a Rússia é contra o escudo antimíssil americano?
Como observou o ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, a “segurança absoluta para um significa uma total falta de segurança para todos os outros” e é nesse sentido que a Rússia tomou sua posição em relação ao escudo antimíssil dos EUA.
A Rússia é incapaz de impedir ou retardar a implementação de projetos de defesa antimíssil americanos. Em princípio, Moscou não tem o que oferecer aos americanos em troca da possibilidade de tornar seu território nacional absolutamente invulnerável. Em 1986, Mikhail Gorbachev ofereceu em uma reunião com Ronald Reagan desmantelar por completo o arsenal nuclear russo se os EUA abdicassem de seu plano de defesa estratégica e recebeu, naturalmente, a rejeição. A idéia de ter uma defesa antimíssil está estreitamente ligada à idéia de hegemonia norte-americana, atingindo, portanto, os valores mais elementares da política externa e defensiva dos EUA.
Por esse motivo, não faz sentido negociar com Washington sobre a defesa antimíssil. Como os líderes russos puderam ver ao longo dos últimos anos, tais negociações não tiveram nenhum resultado positivo. Todas as tentativas de envolver os EUA em qualquer acordo de limitação não deram certo. Na verdade, os contatos com os norte-americanos nessa matéria só vieram confirmar que Washington tinha planos de longo alcance em defesa antimíssil. Esses planos, aliás, podem representar, numa perspectiva de longo prazo, uma ameaça para os alicerces do regime de dissuasão nuclear e, portanto, para a segurança nacional da Rússia.
Plano B
Nessas circunstâncias, os líderes russos enfrentavam um dilema: continuar fazendo tentativas inúteis de chegar a um acordo com os EUA sobre a defesa antimíssil ou recorrer a um plano B. Como dirigentes experientes e realistas, Vladímir Pútin e Dmítri Medvédev tinham um plano B, anunciado pelo presidente russo no dia 23 de novembro passado em um momento político oportuno, escolhido cuidadosamente. O principal objetivo do discurso do presidente Medvedev foi dar a entender que o Plano B entrou em ação. As medidas anunciadas pelo presidente não são novidade e já estão sendo colocadas em prática. A Rússia preparou há muito seu Plano B, desenvolvendo e testando novas ogivas nucleares e novos mísseis transportadores como Iars, Láiner e Avangárd, instalando uma rede de radares de aviso prévio, dos quais um na região de Kaliningrado, e criando um sistema de destruição dos meios de informação e controle do escudo antimíssil. Basta lembrar a esse respeito que a Rússia retomou, em 2010, os testes do sistema de laser A-60 do programa Sokol-Echelon, destinado ao combate de satélites norte-americanos da defesa antimíssil, e procedeu à substituição dos sistemas de mísseis Tochka-U pelos novos Iskander-M. Mais cedo ou mais tarde, essa campanha de rearmamento chegará também à 152ª brigada de mísseis estacionada na região de Kaliningrado.
O rápido crescimento dos gastos militares da Rússia nos últimos anos e o aumento das verbas para a defesa, previsto para a próxima década, permite dar um novo impulso à concretização de muitos desses programas. O presidente Medvedev deu a largada  ao plano B e o desenvolvimento gradual e bastante lento do escudo antimíssil americano proporciona à Rússia tempo e possibilidades para cumprir o programa anunciado.

Telescópio espanhol recebe câmera mais rápida do mundo


Efe
O Grande Telescópio Canárias usará a câmera ultrassensível mais rápida do mundo. Ela tem uma resolução quatro vezes maior e o triplo da velocidade de instrumentos similares. Com isso, é capaz de superar as turbulências da atmosfera terrestre para obter imagens com uma nitidez similar à do Hubble.

Segundo o Instituto de Astrofísica de Canárias, no arquipélago espanhol de mesmo nome, nos próximos dias serão iniciados os trabalhos para instalar a câmera no sistema de óptica adaptativa em desenvolvimento no telescópio.

Com o novo dispositivo, o mais rápido com essas características até hoje, o maior telescópio óptico do mundo poderá tirar mais proveito de seu espelho primário de 10,4 metros de diâmetro.

De acordo com os responsáveis pela nova câmera, batizada de OCAM2, ela permitirá obter imagens com a mesma qualidade das registradas pelo Hubble. 

Como em qualquer outro telescópio terrestre, uma dos principais problemas é a própria atmosfera. Apesar de ele estar instalado sob um dos céus com maior qualidade do mundo, as turbulências atmosféricas diminuem a nitidez das observações.

Para evitar isso, emprega-se uma técnica chamada óptica adaptativa, sistema que corrige as turbulências em tempo real, para que o astrônomo receba imagens mais claras.

Os sistemas de óptica adaptativa devem trabalhar em velocidades muito altas e em níveis de pouca iluminação. É aí que entra OCAM2, pois ela é capaz de captar 1500 imagens por segundo em estado próximo à escuridão total. 

O projeto é resultado de cinco anos de trabalho financiados pela Comissão Europeia, Observatório Europeu Austral e Institut National des Sciences de l'Universe (CNRS).

Nasa anuncia descoberta de planetas parecidos à Terra


 Cientistas da Nasa anunciaram a descoberta de dois planetas do tamanho da Terra orbitando uma estrela fora do sistema solar, o que encoraja a busca por vida em outras partes do Universo.

A descoberta mostra que esses planetas existem e que eles podem ser detectados, diz Francois Fressin, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics.

Eles são os menores planetas encontrados a orbitar uma estrela que parece nosso sol.

Os cientistas estão procurando planetas com o tamanho da Terra com potencial para abrigar vida extraterrestre, diz um artigo publicado nesta terça, 20, pela Nature.

O diâmetro de um dos novos planetas é somente 3% maior do que o da Terra, enquanto que o outro é nove décimos o da Terra. Eles aparentam ser rochosos, como o nosso planeta.

No entanto, eles parecem ser muito quentes para abrigar vida na forma conhecida - estima-se que a temperatura lá seja em torno de 815 a 426 graus Celsius.

Segundo os cientistas, mesmo assim poderia abrigar outras formas de vida - desde formas não inteligentes, como bactérias, até outras completamente desconhecidas.

Desde que foi lançado em 2009, o telescópio Kepler encontrou evidências de dezenas de possíveis planetas do tamanho da Terra. Mas o artigo é o primeiro a fornecer a confirmação , diz Alan Boss, do Carnegie 
Institution for Science in Washington. 


No início do mês, cientistas disseram ter descoberto um planeta ao redor de outra estrela, com temperatura na superfície ao redor de 22 graus Celsius. Mas ele era grande demais para sugerir a presença de vida. Com 2,4 vezes o tamanho da Terra, acredita-se que tenha uma composição gasosa e líquida como Netuno.

Soyuz decola rumo à estação espacial

 A nave Soyuz foi lançada nesta quarta-feira, 21, levando três novos membros à Estação Espacial Internacional.A expedição leva o astronauta da Nasa Don Pettit, o russo Oleg Kononenko, comandante da nave, e o engenheiro de voo da Agência Espacial Europeia Andre Kuipers.
A nave decolou da base Baikonur, no Cazaquistão, por volta das 11h (horário de Brasília). O voo deve levar dois dias até a estação.
Os novos tripulantes devem permanecer na estação até maio de 2012.
Nove minutos após o lançamento, já em órbita, a nave iniciou o voo rumo à ISS, onde será acoplada na sexta-feira, 23.
Atualmente, a plataforma orbital conta com três tripulantes, que chegaram à estação em novembro.
A missão realizará ao longo de seis meses 71 experiências científicas no espaço, receberá cargueiros espaciais russos e também a primeira nave espacial privada, o cargueiro Dragon.

Perto de completar 18 anos, Agência Espacial Brasileira tenta novo recomeço

Em entrevista ao site de VEJA, o físico Thyrso Villela, diretor da área de satélites, conta como será a nova fase da agência e como ela poderá ajudar o país a conquistar a tão sonhada independência espacial
Por Marco Túlio Pires
Em números, o programa espacial brasileiro passa a impressão de ser grande, com seus 20 satélites, 15 foguetes e três centros de lançamento — de acordo com informações da Agência Espacial Brasileira (AEB). No papel, está quase em pé de igualdade com potências emergentes como a China e a Índia. Na prática, contudo, o programa nacional, que em 2012 completa 18 anos, não apresenta resultados tão expressivos quando os outros membros do BRIC.
Dos 20 satélites listados no programa espacial brasileiro, apenas um está em funcionamento, quatro foram desativados por atingirem o fim da vida útil e 15 estão previstos para ‘um futuro próximo’. Já entre os 15 foguetes, quatro estão em operação e 11 são previstos para os próximos anos. Dois centros de lançamento ainda são promessas.
No entanto, nada está perdido, acredita o físico Thyrso Villela, diretor da área de satélites, aplicações e desenvolvimento da AEB. O doutor em astronomia pela Universidade de São Paulo (USP) garante que o Brasil está passando por uma transformação espacial inédita. Villela está na AEB há três anos.
Nesta quinta-feira, o diretor fez uma apresentação sobre o futuro do programa espacial brasileiro no Instituto de Física da USP, durante a Escola Avançada de Astrobiologia, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Em entrevista ao site de VEJA, Villela explicou como pretende fazer a AEB cumprir sua parte para ajudar o Brasil a conquistar a independência espacial, transformando o país em um potência científica e tecnológica.
Durante sua apresentação, o senhor disse que a Agência Espacial Brasileira (AEB) quer começar a planejar com alto custo-benefício. Não deveria ser sempre assim? Por que isso é uma novidade? Porque nunca houve uma ação estruturada no programa espacial brasileiro. Existiram iniciativas isoladas, com institutos, como o Inpe, realizando experimentos separadamente.
Por que motivo nesses 17 anos de Agência Espacial Brasileira nunca houve uma ação estruturada? Tem toda uma história. Há um tempo era um ciclo vicioso: não tínhamos recursos humanos e não tínhamos recursos financeiros. Aí não tínhamos resultados. Se não tem resultado, vamos mostrar o que para captar recursos? Em seguida, quando os primeiros resultados começaram a surgir, tivemos sérios problemas de orçamento por vários anos.
O que nos garante que o ano de 2012 será melhor para o programa espacial brasileiro? Em 2011, o Ministro de Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, nos orientou que este ano seria de reflexão para a agência. É exatamente isso que estamos fazendo.
Não deveria ser um ano para trabalhar em vez de ficar refletindo? O programa espacial vinha com problemas há muito tempo. Precisávamos resolver isso. Não adianta colocar dinheiro na agência sem um propósito muito bem fundamentado.
Mas todos os programas espaciais do mundo têm problemas… É diferente…
Diferente como? Não quer dizer que ficamos parados. Fizemos várias coisas. Os projetos que existem continuaram em andamento. O CBERS-3, satélite construído junto com os chineses, com 50% de tecnologia brasileira, ficou pronto e está sendo testado. Tivemos avanços com a plataforma multimissão, com o veículo lançador de satélites, o projeto do satélite geoestacionário… No geral, o último ano do orçamento bianual, nesse caso 2011, é mais reflexivo. Se não tivéssemos repensado nossas estratégias passaríamos os próximos três anos estagnados.
A AEB está apostando alto em uma plataforma multimissão que vai servir de base para outros satélites, barateando o processo de construção. Contudo, o projeto que tinha cinco anos de previsão para ser concluído ainda não está pronto 10 anos depois. Por quê? É algo que nunca foi feito antes. Isso quer dizer que precisamos criar a tecnologia, testá-la e fazer com que ela dê certo com uma indústria que ainda está crescendo e aprendendo a produzir os componentes. É diferente de fazer uma ponte ou um prédio. Vários dos sistemas presentes na plataforma nunca haviam sido desenvolvidos no Brasil. No meio do caminho, muitos componentes que iríamos comprar acabaram entrando na lista internacional de embargo. Ou seja, tivemos que aprender sozinhos como fazer as partes que faltavam e isso acabou atrasando ainda mais o projeto.
Como o Brasil vai conseguir se livrar dos embargos internacionais? O único caminho é desenvolver a própria tecnologia. A questão de embargo é política e militar, mas também é profundamente comercial. Existem vários interesses em jogo e precisamos pegar os atalhos para chegar onde queremos.
O senhor disse durante a apresentação que o Brasil não tem escolha a não ser ter acesso independente ao espaço, referindo-se à construção de foguetes e satélites nacionais. Por que não temos essa escolha? Atualmente, qualquer sensoriamento remoto que o Brasil quiser fazer, seja o monitoramento do desmatamento da Amazônia ou a previsão do tempo, depende de satélites internacionais. Existem acordos para que a utilização desses equipamentos seja garantida, mas ninguém sabe o que pode acontecer. Estamos nas mãos de outros países. Durante a Guerra das Malvinas e o furacão Katrina ficamos praticamente sem imagens de satélite. É uma posição muito vulnerável. Não é ufanismo nem nacionalismo. O Brasil precisa ser capaz de lançar os próprios satélites de forma independente.
O que mais o país poderia ganhar com independência espacial? Somos um país com uma extensão territorial enorme. Temos vários recursos minerais que precisam ser conhecidos e explorados da melhor forma possível. O que ganhamos com informação de meteorologia, por exemplo, chega a ser o equivalente ao que gastamos com nosso programa espacial anualmente, cerca de 300 milhões de reais.
Mas esse dinheiro, uma vez economizado, seria revertido para a AEB? Estamos trabalhando para isso. O programa espacial brasileiro apesar de ser velho, é novo. Começou há 50 anos, mas veio parando. Ficamos estagnados no tempo e acabamos não tendo investimento. Para se ter ideia, o mercado de serviços de satélites é da ordem 200 bilhões de dólares por ano. Não estamos querendo entrar nesse campo pela aventura tecnológica. Queremos tudo que vem junto: empresas brasileiras de altíssima tecnologia, cursos universitários de ponta, institutos especializados. É algo que se espalha pela economia e melhora a qualidade dos empregos. O Brasil não pode continuar sendo o celeiro do mundo, isso é ridículo.
Já existem exemplos de empresas brasileiras que se especializaram em tecnologia espacial?Essa é uma das missões da agência: fomentar o parque industrial brasileiro de alta tecnologia. O parque é pequeno, mas existe. Temos o exemplo dos satélites Amazônia-1 e CBERS. Trouxemos uma empresa que não tinha nada a ver com o programa espacial. Ela fez contribuições importantíssimas com um instrumento ótico e componentes de câmeras. Agora, ela é nossa parceira.
O Brasil teve três lançamentos fracassados com o Veículo Lançador de Satélites (VLS), um deles causando a morte de 21 pessoas em 2003, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O Brasil está pronto para lançar os próprios satélites? Os dois primeiros voos do VLS-1, sob o ponto de vista estritamente técnico, foram bons. Veja o que os Estados Unidos tiveram que fazer para conquistar o espaço. Eles tiveram uma série de acidentes, muito mais do que já tivemos. Também estamos aprendendo sozinhos. O sistema de controle, por exemplo, que é uma parte complicadíssima do foguete, funcionou perfeitamente. Esperamos que os voos experimentais do VLS-1 se iniciem em 2012 e ele esteja em operação em 2016.
A exemplo da fabricante de aviões americana, Boeing, que ajuda a Nasa na construção de foguetes, por que a AEB não conta com a parceria da Embraer? Não é uma possibilidade totalmente descartada. Na área espacial, todas as empresas fortes se envolvem com o Ministério da Defesa, que coordena a construção de foguetes. Metade dos artefatos que orbitam a Terra é militar. A Embraer vai construir um satélite geoestacionário, o primeiro brasileiro, e vai operá-lo junto com a Telebrás. O dinheiro, 700 milhões de reais, já está alocado. Os passos estão sendo dados.
O senhor disse na apresentação que o orçamento da AEB vai triplicar em dois anos, passando de 200 a 300 milhões de reais por mês, para algo entre 600 e 900 milhões de reais. Dado o histórico financeiro da agência, como o senhor espera que isso aconteça? É um caminho inevitável. O passo mais difícil já foi dado. Os satélites geoestacionários têm prazo de validade. Vamos precisar repô-los a cada 15 anos. Isso quer dizer que haverá uma indústria por trás da construção da sonda, indefinidamente. Daí a coisa começa a andar, em todos os setores. Se não fizermos isso, teremos que contratar o serviço. Estamos fazendo o satélite justamente para não termos que gastar 60 milhões por ano alugando dos outros. É por isso que esperamos que o governo mantenha o projeto em gestões futuras e o orçamento seja triplicado.
Atualmente a AEB gasta menos de 1% — do já reduzido orçamento — em ciência, cerca de três milhões de reais. Como a AEB espera avançar em conhecimento gastando tão pouco? Em 2012 estamos planejando gastar cinco vezes mais em ciência, algo na ordem de 15 milhões de reais. Estamos nos aproximando das universidades para que elas tenham equipes preparadas para atender as necessidades da agência e para que elas tenham espaço para realizar seus experimentos.
Mas isso está longe de acontecer… É verdade. Mas veja, falo isso tranquilamente. Ainda não temos a garantia de que uma missão vai existir. Ninguém quer arriscar a carreira e chegar lá e não dar em nada.
Então que cientista se arriscaria aliar-se à agência agora? Se garantirmos o acesso, o lançamento do projeto e o recurso financeiro, as coisas acontecem. Foi o que fizemos no Itasat, uma pequena plataforma de satélite desenvolvida pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica e outras instituições.
O que foi feito? Garantimos o recurso, cerca de 5 milhões de reais e a plataforma foi desenvolvida com sucesso. Agência, indústria e cientistas trabalharam em conjunto. Há um desconto por causa do desenvolvimento tecnológico, mas ele será incremental. Vamos andar como todo mundo andou: aprenderemos a engatinhar, dar os passos depois correr.
Qual é a nova missão da Agência Espacial Brasileira? Vamos publicar em janeiro um documento mostrando quais tecnologias que vão nos nivelar com outros países e quais são de vanguarda. Vamos organizar encontros, workshops e vamos nos aproximar dos cursos de engenharia espacial. Temos pesquisadores brasileiros que realizam pesquisas de ponta. Essas pessoas contribuem para o avanço do conhecimento, mas que não têm projetos voltados para as necessidades da AEB. A contradição está aí. Temos um capital humano preparado, mas eles não sabem dos nossos problemas. Vamos virar essa mesa e, com eles, faremos a coisa passo-a-passo.

Londres: bloqueio do Mercosul a navios das Malvinas é injustificado


Líderes do Mercosul participaram de encontro em Montevidéu, no Uruguai, na noite de terça-feira - Foto: AP
Brasil, Argentina e Uruguai acertaram nesta terça-feira, na Cúpula do Mercosul em Montevidéu, impedir a presença de barcos com bandeira das Ilhas Malvinas em seus portos, informou o presidente uruguaio, Jose Mujica.
Na Cúpula de Presidentes do Mercado Comum do Sul "chegamos a um acordo sobre a bandeira das Malvinas, no sentido de que esta não poderá tremular nos portos do Mercosul e, se isto acontecer, que não seja aceita em outro porto do Mercosul", disse Mujica ao relatar os resultados do encontro.
A declaração assinada pelos líderes do Bloco estabelece que os três países (Paraguai não tem litoral) adotarão "todas as medidas necessárias (...) para impedir o ingresso em seus portos de barcos com a bandeira ilegal das Ilhas Malvinas".
O texto destaca que as embarcações rejeitadas por este motivo em algum porto da região "não poderão solicitar o ingresso em outros portos dos demais membros do Mercosul ou de Estados associados...".
Além de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o Mercosul tem como Estados associados Equador, Peru, Colômbia e Chile, enquanto a Venezuela está em processo de plena adesão.
"Quero agradecer a todos a imensa solidariedade para com as Malvinas, e saibam que quando estão firmando algo sobre as Malvinas a favor da Argentina também o estão fazendo em defesa própria", destacou a presidente argentina, Cristina Kirchner, ao assumir a presidência do bloco regional.
Mujica já havia anunciado, há alguns dias, a decisão do Uruguai de impedir a entrada de barcos das Malvinas em seus portos. A soberania das Ilhas Malvinas (Falklands para a Grã-Bretanha), situadas a 400 milhas marítimas da costa da Argentina e ocupadas pelo Reino Unido em 1833, tem sido reclamada com insistência por Buenos Aires junto às Nações Unidas e a outros organismos internacionais.
A Grã-Bretanha venceu a curta e sangrenta guerra nas Malvinas, em 1982, declarada após o regime militar argentino enviar tropas para invadir as ilhas no dia 2 de abril de 1982. Em 14 de junho, as forças argentinas se renderam, após a morte de 649 soldados argentinos e 255 militares britânicos.
 
O governo britânico considerou nesta quarta-feira "preocupante" e "injustificado" o bloqueio definido pelos países do Mercosul aos navios com bandeira das Malvinas, que não poderão entrar nos portos da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
"Estamos muito preocupados com esta mais recente tentativa da Argentina de isolar os habitantes das Malvinas e prejudicar seu modo de vida, para a qual não há justificativa", declarou em comunicado um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico.
A fonte indicou que "ainda não está claro neste momento o efeito, se é que haverá algum, que esta declaração pode ter", mas em todo caso o governo entrará em contato "urgentemente" com os países da região. "Ninguém deveria questionar nosso empenho em proteger o direito dos habitantes das Malvinas a determinar seu próprio futuro político", acrescenta o comunicado.
O Mercosul acertou na terça-feira que impedirá a entrada nos portos do bloco dos navios com bandeira das ilhas Malvinas, arquipélago sob domínio britânico e cuja soberania é reivindicada pela Argentina.
Os presidentes do Mercosul, integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com a Venezuela em processo de adesão, assinaram uma declaração nesse sentido, que foi anunciada pelo governante do Uruguai, José Mujica, ao final da 42ª Cúpula de Chefes de Estado.
Com Agências EFE / AFP