sábado, 30 de outubro de 2010

Libra pode ter até 15 bilhões de barris

RIO - A Agência Nacional do Petróleo (ANP) confirmou na sexta-feira, 29, que o Poço de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, atingiu uma jazida de petróleo a 5,4 mil metros de profundidade. A agência, porém, evitou dar mais detalhes da reserva, preferindo manter as projeções feitas em setembro pela consultoria Gaffney, Cline & Associates (GCA), que fala em volume de 3,7 bilhões a 15 bilhões de barris de petróleo e gás.




Em nota oficial, a agência ressaltou que a estimativa mais provável é de 7,9 bilhões de barris, conforme anunciado ainda em setembro. Tal volume leva Libra a rivalizar com Tupi, operado pela Petrobrás, também na Bacia de Santos, pelo posto de maior reserva brasileira de petróleo - este último tem volume projetado entre 5 e 8 bilhões de barris.


Segundo a ANP, estimativa mais provável é de 7,9 bilhões de barris (Foto: Irany Tereza/AE)




Já no caso de confirmação da estimativa mais otimista, Libra seria suficiente, sozinho, para duplicar as reservas brasileiras de petróleo, hoje na casa dos 14 bilhões de barris. Com 15 bilhões de barris, Libra disputaria com Carabobo, na Venezuela, a quinta posição entre os maiores campos petrolíferos do mundo, segundo lista da revista Forbes.



Com uma área de727 quilômetros quadrados, o reservatório de Libra está em área ainda não concedida da Bacia de Santos e, por isso, pertence à União. A ideia do governo é incluí-lo no primeiro leilão do pré-sal sob contrato de partilha, caso o novo modelo regulatório seja aprovado pela Câmara dos Deputados.



Em entrevista concedida esta semana, o secretário executivo de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins de Almeida, disse acreditar que as mudanças sejam aprovadas este ano, para realização do leilão de Libra no primeiro semestre de 2011.



Pela proposta do governo, a Petrobrás teria direito à operação do poço com uma participação mínima de 30%. O restante seria concedido ao consórcio que se dispuser a ceder a maior parcela da produção à estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), criada especialmente para esse fim.



"Esta descoberta, situada no ‘gigantesco prospecto Libra’ conforme expresso no relatório da certificadora, valoriza enormemente o patrimônio da União", disse a ANP, em nota oficial. A área está a 25 quilômetros de Franco, a terceira maior descoberta brasileira, com 4,5 bilhões de barris - o poço também foi perfurado pela agência, mas vendido à Petrobrás no processo de capitalização.



A divulgação de uma descoberta gigante já era esperada pelo mercado esta semana, após rumores que movimentaram as ações da Petrobrás na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A falta de informações mais específicas sobre o volume de reservas, porém, frustrou analistas, que já conheciam os números da Gaffney Cline.



"É notícia requentada. Esses números já constava do relatório da GCA", comentou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, que classificou a divulgação como "mais um anúncio para influir nas eleições". Questionada ontem sobre o tema, a diretora da ANP Magda Chambriard disse que não há relação entre os fatos.



O Poço de Libra começou a ser perfurado em junho e, na época, Magda previa a conclusão dos trabalhos em setembro. Um problema técnico, porém, levou a agência a interromper os trabalhos e iniciar nova perfuração, a 375 metros da original, o que atrasaria a conclusão do poço para novembro, segundo estimativa feita na ocasião.



Parte da área que pode conter a maior descoberta brasileira de petróleo já foi explorada no início da década pela Petrobrás em conjunto com a Shell e outras empresas, mas devolvida à ANP porque não havia então tecnologia suficiente para identificar as estruturas rochosas abaixo da camada de sal. Segundo a ANP, o primeiro poço na área atingirá a profundidade final de 6,5 mil metros no início de dezembro.

Ônibus espacial Discovery. Este será o último voo da nave

Carlos Orsi - estadão.com.br


Um vazamento de gás causou o adiamento do lançamento, previsto originalmente para a segunda-feira, 1º, do Ônibus espacial Discovery. Este será o último voo da nave. A frota de ônibus espaciais da Nasa será aposentada no primeiro semestre de 2011.





Divulgação/NasaO Discovery se prepara para sua missão finalA Nasa ordenou um adiamento de pelo menos 24 horas depois uma tentativa de tampar um vazamento de hélio no interior do ônibus espacial falhou. O lançamento está marcado, agora, para a tarde de terça-feira, 2.



Este voo final será o 39º do Discovery, que entra para a história como o ônibus espacial que mais vezes foi utilizado. Ele foi o terceiro a entrar em serviço, e hoje é o mais antigo, após destruição de seus predecessores Columbia e Challenger.



A missão consiste em levar dois novos módulos à Estação Espacial Internacional (ISS), o Módulo Permanente Multipropósito e o Portador Expresso de Logística 4, ou ELC4.



Além da tripulação de seis astronautas, o Discovery leva ao espaço um robô humanoide, o Robonauta 2.



O Robonauta será instalado no laboratório Destiny, na parte americana da ISS. De acordo com a Nasa, o robô será usado para testar como humanos e máquinas que imitam humanos podem trabalhar em conjunto em ambientes de baixa gravidade.



Se o resultado for positivo, no futuro o Robonauta 2 poderá receber upgrades de software e hardware para se deslocar no interior da ISS e realizar caminhadas espaciais. Nota da agência espacial diz que "isso ajudará a entender as capacidades robóticas para futuras missões no espaço profundo".



A construção do Discovery teve início em 1979, e a nave foi entregue à Nasa em 1983, e realizou sua primeira missão no espaço em 84.



Foi a bordo do compartimento de carga do Discovery que o Telescópio Espacial Hubble ascendeu à órbita terrestre, em 1990, numa missão que teve como piloto o atual diretor da Nasa, o então astronauta Charles Bolden.



(com Associated Press)